quinta-feira, setembro 30, 2010

O Barão, o chefinho e nosso transatlântico chamado Brasil

João Daniel, o melhor professor de História do país, escreveu um excelente artigo para a Folha, no qual compara os modelos de política externa do Barão - meu grande ídolo - e nosso atual Ministro das Relações Exteriores. Não é pouco o que fizeram esses dois chanceleres pelo nosso país, elevando-o à categoria de ator de relevo no cenário internacional.
Se gozamos atualmente de credibilidade, respeito e voz ativa nos foros multilaterais, devemos muito disso a esses dois diplomatas.
Leia o artigo! Tenho certeza de que vai fazê-lo pensar duas vezes antes de proferir frases como "só no Brasil mesmo!" ou "Se fosse lá fora..." Seu país está com tudo e não está prosa, meu caro leitor! E não é de hoje.
Escute meu chefinho e pare com esse complexo de vira-latas injustificado! Conheça a história e as razões para as escolhas e atitudes do Itamaraty, antes de sair por aí reproduzindo as bobagens que escuta na TV. "Cuidado, senhores!" - como diria Paulo Afonso, meu professor de Política Internacional cheio de sotaque.
O Barão, elegantemente palestrando alguém.

quarta-feira, setembro 29, 2010

I just can't get enough of Hank Moody

Já sinto saudades de Hank Moody... Mas agora é só em 2011.
Se você é mulher, diga que não quer encontrar esse bad boy por acaso num bar...
Se você é homem, diga que não queria ser esse bad boy, por um dia que fosse...
Há algo nessa indecência, nesse hedonismo, e nesse amor pela vida (e por tudo e por todos, rá!) que encanta!
Com vocês, o que está por vir:

segunda-feira, setembro 27, 2010

O protesto contra-ataca

Outro assunto importante que não abordei no post sobre as desinformações eleitoreiras: o voto de protesto.
Mais uma vez o blog Papo de Homem vem nos socorrer com esse excelente post. LEIAM! E, por favor, votem consciente... certo ou errado, mas consciente. ;)

E quem um dia irá dizer que não existe razão?

Boa parte da imprensa "verde-amarela, eu sou brasileiro e não desisto nunca" não hesitou em julgar e condenar culpada a Ferrari ao ordenar a Massa que deixasse o companheiro de equipe ultrapassá-lo no GP da Alemanha deste ano. O caso gerou polêmica e muita discussão em todos os programas esportivos e poucas foram as vozes lúcidas em terras brasileiras. O coro quase unânime era de "joga pedra na Geni!".
Lembraram do fatídico incidente em 2002 quando outro incauto brasileiro foi terrivelmente injustiçado no GP da Áustria em favor do abjeto alemão, vilão mor da F-1, responsável por todas as mazelas da nobre e admirável carreira de Rubens, o pobre coitado que nunca conseguiu ser e sempre poderia ter sido... Não fosse a equipe, não fosse o carro, não fosse o malvado, não fosse...
O veredito em uníssono: culpada! Não se faz jogo de equipe, sua escuderia desprezível! Até que alguém no fundo da sala levantou a mão e perguntou baixinho: Mas... e o GP do Brasil em 2007? Ah, bom... aí pode, né? É que valia título. Dúvida não esclarecida, a mão levanta-se novamente. Outra pergunta: Mas... e o GP da China em 2008... com brasileiro se beneficiando pode? É... Bem... Veja bem... É que... Tinha chance de título, sabe como é...
As chances de Alonso são remotas demais, dizem os exaltados brasileiros que se sentem injustiçados. Foi vilania da Ferrari, que não tem chances reais no presente campeonato e faz um absurdo desses com o Felipe, bem no aniversário de seu acidente, abalando sua confiança e tirando dele 7 pontos que de nada servirão ao espanhol!
Bem, espero que os acusadores reparem bem na tabela do campeonato hoje. Alonso está em segundo lugar, a 11 pontos do líder. Atenção: 11 pontos, não 18! E soma 9 pontos a mais que o terceiro colocado. 9, não 2. Massa tem 128 pontos e ocupa a sexta colocação. Não tivesse havido o jogo de equipe, Massa somaria 135 pontos e estaria... Na sexta colocação. Dá pra entender? Não é difícil.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Spring time... vamos ficar felizes!!!

Tulipas e Cure para começar a melhor estação do ano!!! É... eu sei que as tulipas já se foram dos trópicos - são sensíveis ao calor, as fofas. Mas são as flores de que mais gosto. E hoje é um dia perfeito para ficar feliz, levantar-se e ir! Uma ótima primavera a todos!


it's a perfect day for letting go
for setting fire to bridges
boats
and other dreary worlds you know
let's get happy!
it's a perfect day for making out
to wake up with a smile without a doubt
to burst grin giggle bliss skip jump and sing and shout
let's get happy!

but it's much to late you say
for doing this now
we should have done it then
well it just goes to show
how wrong you can be
and how you really should know
that it's never too late
to get up and go

it's a perfect day for kiss and swell
for rip-zipping button-popping kiss and well...
there's loads of other stuff can make you yell
let's get happy!
it's a perfect day for doing the unstuck
for dancing like you can't hear the beat
and you don't give a further thought
to things like feet
let's get happy!

but it's much too late you say
for doing this now
we should have done it then
well it just goes to show
how wrong you can be
and how you really should know
that it's never to late
to get up and go

kick out the gloom
kick out the blues
tear out the pages with all the bad news
pull down the mirrors and pull down the walls
tear up the stairs and tear up the floors
oh just burn down the house!
burn down the street!
turn everything red and the beat is complete
with the sound of your world
going up in fire
it's a perfect day to throw back your head
and kiss it all goodbye

it's a perfect day for getting wild
forgetting all your worries
life
and everything that makes you cry
let's get happy!
it's a perfect day for dreams come true
for thinking big
and doing anything you want to do
let's get happy!

but it's much to late you say
for doing this now
we should have done it then
well it just goes to show
how wrong you can be
and how you really should know
that it's never too late
to get up and go

kick out the gloom
kick out the blues
tear out the pages with all the bad news
pull down the mirrors and pull down the walls
tear up the stairs and tear up the floors
oh just burn down the house!
burn down the street!
turn everything red and the dream is complete
with the sound of your world
going up in fire
it's a perfect day to throw back your head
and kiss it all goodbye

quarta-feira, setembro 22, 2010

Bergamota's day - revisto e atualizado

Terça-feira é dia de Bergamota's day no La Tosqueria. Agora que ele está hypado e ganhou o mundo, achei por bem escrever este post para manter atualizados e informados os fãs do acepipe. Muito aconteceu desde a publicação da ata inaugural.

A origem

A bergamota sofria de forte preconceito por impregnar nas mãos dos apreciadores seu forte perfume a um tempo adocicado e cítrico. Povos nórdicos abominavam a fruta pela característica supracitada, e ainda pela forma como por vezes é vendida: em sacos amarelos em forma de rede, o que lhes parecia coisa de gente, digamos, menos favorecida.
Imbuído de generosidade e seguindo a filosofia do bar onde o Bergamota's day teve origem, o chef Gustavo Lavalle uniu a tosquice e a simplicidade da bergamota à sofisticação do manjericão – ingrediente de fino paladar, mas pouco aproveitado na culinária e, principalmente, na mixologia molecular. O manjericão, antes relegado a coadjuvante nas pizzas marguerita e nas saladas caprese, ganhou o mundo dos coquetéis. Afinal, é como sempre nos advertiu a Fêfa: tudo com manjericão é bom!
Três mulheres visionárias descobriram a delícia e criaram o Bergamota's day, para celebrar a bebida que mais tarde dominaria o globo e exerceria importante papel no desenvolvimento sustentável do planeta, bem como colocaria Cuba de volta no mapa da economia mundial, salvando a população autóctone da ilha caribenha.
                                           Nasce o evento

O mundo se rende

Em suas viagens pelo mundo, as três fundadoras do Bergamota's day levaram o drink para fora dos limites do La Tosqueria. Primeiro foi Betim, depois Buenos Aires, hoje a bebida é apreciada nos mais remotos confins do globo. Foi criada a WCO (sigla em inglês para Organização Mundial da Bergamota – World Clementine Organization), que emite o selo Latosca para empresas que pretendem fabricar e comercializar o produto, garantindo a qualidade, exigindo os padrões de preparo e verificando os resultados sociais que o produto deve obter.

O legado

Há exigências para ser um membro da WCO. A bergamota e o manjericão devem ser orgânicos e produzidos de forma sustentável, por produtores locais, contribuindo para diminuir a poluição causada pelo transporte e melhorando a qualidade de vida das comunidades envolvidas na produção. Isso também garante a qualidade e o sabor do produto, e o bem estar dos consumidores.

Avenida central de San Isidro, onde é realizada a Bergamota Parede

Na Argentina, por exemplo, a bergamota que abastece a capital portenha é produzida em San Isidro, um município da Grande Buenos Aires que realiza, todos os anos, a Bergamota Parede, numa avenida no centro da cidade que é totalmente arborizada com pés de bergamota. A Bergamota Parede encerra a Bergamota Week, que acontece no país inteiro. Esse evento se inicia com a apresentação da ópera La Tosca no Teatro Colón e presenteia os participantes com diversas palestras e degustação do drink ao longo de toda a semana.
Fefê em San Isidro, na ocasião da primeira Bergamota Week, onde ministrou a palestra “De Gata Borralheira a Cinderela – a bergamota como instrumento para um mundo mais sustentável e glamouroso”

A primeira Bergamota Week foi fundamental para consolidar o drink como nova tendência da mixologia e torná-lo conhecido em todo o mundo. Mais do que promover a sustentabilidade através da bergamota e do manjericão, a bebida ter-se tornado um hit serviu para abrir a economia cubana, já que deve ser preparada exclusivamente com o rum original da ilha. O único entrave para tornar Cuba definitivamente uma economia de mercado e ter o país de volta à OEA é a recusa em morrer dos irmãos Castro que, infelizmente, gozam de uma saúde irritante. No entanto, o progresso já chegou ao país e a população já vive como se estivesse no início da década de 90 do século passado. A WCO espera que, até 2015, Cuba já esteja definitivamente no século XXI.
Polly em San Isidro, minutos antes de ministrar a palestra “Mercosul e Cuba – uma parceria etílica rumo à abertura econômica e mercadológica”

O drink também teve efeito sobre a economia mundial, uma vez que seus ingredientes, hypados, agora estão em perfumes (212, Gucci Rush, Angel), na culinária e na arte coqueteleira. O manjericão extrapolou de vez os limites da culinária mediterrânea e está presente em drinks sofisticados nos mais badalados bares do planisfério. A bergamota é encontrada na mesa dos restaurantes mais disputados da Europa, inclusive nos países nórdicos.

O presente e o futuro

Os filhos, cria-se para o mundo. A três idealizadoras do Bergamota's day atualmente mal têm tempo para participar do evento original que ocorre todas as terças-feiras no La Tosqueria, detentor dos direitos sobre a marca. O evento não é mais nosso. É de todos os que o frequentam e contribuem para levá-lo a um número cada vez maior de fãs e apreciadores.
Hodiernamente, o drink é preparado com perícia pelo Elisson (e o aprendiz supera o mestre!). Se você pedir com carinho, ele ainda coloca belos arranjos de manjericão no copo!
Tendo elegido o Bergamota como o drink do coração, cada uma de nós tem projetos paralelos  e individuais para a promoção de outras bebidas do cardápio latosquiano.

La Fêfa

Formadora de opinião e sinônimo de glamour, promove e defende dois drinks diferentes:
  • Caipi Latosca é à base de maracujá e representa bem o que é essa fruta, conhecida como a fruta da paixão em outras línguas (Passion fruit, fruit de la passion).
  • Wallpaper é um drink caliente, que traduz a latinidade em seu sabor apimentado.
A intenção é elevar o maracujá à categoria de fruta glamourosa que ele merece, bem como recolocar a pimenta como especiaria preciosa que já foi nos tempos das navegações europeias para as índias. Mas não é só com o glamour que La Fêfa se preocupa. Ela também pretende ajudar a Rússia a enfrentar e superar a crise, recuperar-se das recentes queimadas e retomar seu lugar de potência. Por isso seus dois drinks escolhidos são à base de vodka.

La Laura


               Laurinha, a obra e o autor! Melhor não interpretar essa cara do Gustavo...

Como única componente loira do grupo, não podia ser diferente: promove a cerveja! Luta contra a banalização dessa bebida tão difundida por todo o mundo, mas nem sempre apreciada da maneira devida – beeeeem gelada. Encontrou no La Tosqueria a parceria ideal para iniciar o movimento, uma vez que no bar a loira está sempre geladíssima.
Também produz e fornece ao bar a melhor cachaça do mundo, e a que tem a melhor relação custo/benefício – Rumo do Poeta – para ser apreciada sem moderação.

La Polly

Sofisticada e cosmopolita, acredita que Londres ainda é a capital do mundo (“Yes, London. You know: fish, chips, cup 'o tea, bad food, worse weather, Mary fucking Poppins... LONDON”). Tem no Império Britânico algumas de suas maiores referências: britpop, Blur, The Clash, Beatles, Rolling Stones, Sex Pistols, Royal Academy of Dance e, claro, o chá. Por isso e pela referência ao livro com a história do punk (um de seus estilos musicais favoritos), aprecia e indica o drink “Mate-me, por favor”. Pretende resgatar a desgastada e mal interpretada imagem do punk, atualmente muito associado (erroneamente) às bandinhas emo de nomes gigantescos.

Qual é o som do gosto?

Como tudo o que é bom tem trilha sonora, aqui vai a lista de músicas para deleitar-se com cada uma das delícias:

Cerveja: Louras Geladas – RPM (cláaassico!)
Rumo do Poeta: Marvada Pinga – Inezita Barroso (cláaaaaaaaaaaassico! Presente nos sets do Dj Robinho. Quando o vir comandando as pickups, é só pedir!)
Mate-me, por favor: Streets of London – Sex Pistols (hino!)

terça-feira, setembro 21, 2010

Utilidade pública

Eu tenho certeza de que todos os que chegam aqui no Quiche são amplamente esclarecidos no que concerne ao processo eleitoral brasileiro. No entanto, ouvimos um monte de gente falando bobagens por aí, que são exaustivamente repetidas na rua, nas nossas caixas de entrada de e-mail, no twitter, em blogs e até - pasmem! - na imprensa.
Resolvi então escrever aqui sobre 2 coisinhas fundamentais para o eleitor consciente: o tão falado (e pouco conhecido) Projeto Ficha Limpa e os polêmicos votos brancos ou nulos.
Existem 2 tipos de votos nas eleições: os válidos e os inválidos. Válidos são todos aqueles em que o eleitor digitou o número de um candidato existente e apertou "confirma". São esses votos os considerados para o resultado das eleições. Votos inválidos dividem-se em 2 sub-tipos: brancos ou nulos. Na prática, para o resultado final, eles são uma coisa só - votos inválidos. Esses votos não vão pra ninguém, sejam eles brancos ou nulos.
Então votar branco ou nulo tanto faz? Sim. É inócuo? Não. Votar branco ou nulo realmente não tem diferença pragmática, mas faz diferença, sim, no processo eleitoral, uma vez que diminui o número de votos válidos, tornando mais fácil atingir a metade+1 necessária, por exemplo, para que não haja segundo turno. Não haver segundo turno é ruim? Opinião pessoal: sim, já que enfraquece o processo democrático, reduzindo o tempo para eleitor conhecer as propostas dos candidatos mais fortes. Isso para os cargos executivos, para os quais há segundo turno.
Para os demais cargos, acontece o mesmo problema de diminuir o número de votos válidos, facilitando que se consiga o total necessário para eleger-se, já que - mais uma vez - apenas os votos válidos são considerados para o resultado.
Ainda sobre os votos nulos, é comum ouvir por aí que se houver 50%+1 de votos nulos o processo eleitoral é invalidado e novas eleições, com novos candidatos, são convocadas. Mentira. O que o código prevê é que novas eleições são realizadas em caso de nulidade de mais da metade da VOTAÇÃO. Nulidade aqui refere-se a votos realizados de forma irregular - fora do horário/local, por exemplo.
Quanto ao Projeto Ficha Limpa, deixo aqui um link para que vocês leiam um texto excelente e esclarecedor. Dou apenas informações básicas:
- o candidato não se torna inelegível "para sempre", mas por um período determinado.
- não é qualquer tipo de crime que torna o candidato inelegível (o Netinho é candidato a Senador por São Paulo, lembra?).
- a denúncia por um tribunal já torna o candidato inelegível, não é necessária a condenação.
Meus amigos, o mais importante é informar-se. Leiam fontes confiáveis. Não sejam preguiçosos, achando que e-mails apaixonados, twitts, posts de amigos defensores da democracia são fontes fidedignas de informação. Bebam na fonte, buscando o projeto, lendo-o, conhecendo-o. Leiam o Código Eleitoral - pelo menos a parte relativa ao que vocês acham que não sabem bem ou não estão suficientemente informados a respeito. Nada que uns minutinhos de Google não resolvam...
Isso é fazer a sua parte. Ficar por aí arrotando que político não presta é muito fácil. E você... É um eleitor que presta?

domingo, setembro 19, 2010

Eu não queimei sutiã nenhum!

Tenho um grupo de amigas de muitos e muitos anos, com as quais tenho encontrado pouco. De tempos em tempos promovemos encontros para matar as saudades e colocarmos os assuntos e novidades em dia. Recentemente foi aniversário de uma delas e nos encontramos. Não foi muito diferente do que normalmente é: reclamações sobre os maridos, as novidades das crianças, alguns relacionamentos recém terminados com solteiras desiludidas pela falta de homens - principalmente homens interessantes, combinações para sair que nunca são levadas a cabo, mais reclamações...
Às vezes eu fico até sem graça, pensando em algo para reclamar... O máximo que consigo é dizer que estou cansada, estudando demais, que a prova é muito difícil e concorrida. Não é que eu não tenha problemas, mas eu lido com eles. Simples assim. Se falar das pequenas coisas que me irritam no dia a dia, seguramente terei novidades a cada encontro. Porque, ao contrário da maioria delas, tento superar as dificuldades e melhorar o que tá ruim. Os problemas então mudam. Assim, não vou obrigá-las a ouvir as mesmas reclamações repetidas da próxima vez, como elas fazem comigo.
No último encontro, a pauta principal foi que os homens são mimados, folgados, querem que façamos tudo... aquela velha história: acredita que ele queria que eu arrumasse  a mala dele? É problema meu se ele não experimentou o terno antes? O filho é só meu por acaso?
As mulheres lutam há muito pela igualdade entre os gêneros. Eu, sinceramente, torço pra que tal igualdade nunca seja alcançada. Meu lema é: viva a diferença!
Eu acho isso muito engraçado... Acham ruim se o cara pede ajuda pra arrumar a mala, mas ai dele se não abrir a porta, puxar a cadeira, for lindo, malhado, capaz de fazer sexo por 3 horas ininterruptas, profissionalmente bem sucedido, disposto a ouvir as queixas e compreendê-las, aguentar uma TPM estoicamente... Ah! E sempre ter um chocolate a mão, claro!
Ajudar com a mala ou o terno não pode ser simplesmente um gesto de cuidado e carinho? Por que é tão ofensivo e em que diminui o valor da mulher? Por que essa necessidade de rechaçar tudo o que é associado ao que era considerado exclusivamente feminino?
É estranho que as mulheres queiram tanto ser mais como os homens e, ao mesmo tempo, queiram que os homens continuem homens. Quem vai desempanhar o feminino no mundo?
Igualdade de acessos e direitos, tudo bem. Que não haja obrigações tipicamente de mulheres e tipicamente de homens, tudo bem. Mas eu quero continuar sendo mulherzinha. Não sou obrigada a lavar roupas, arrumar as malas do meu marido ou cuidar da louça, da casa e das crianças sozinha. Mas se tiver que fazer alguma dessas coisas, qual o problema? Muitas reclamam se o cara não quer lavar a louça, mas duvido que alguma delas troque a lâmpada ou a resistência do chuveiro se houver um homem por perto!
Nem Vênus, nem Marte. A confusão está na cabeça das pessoas. Não são papéis ou funções que definem um homem e uma mulher. O dia em que as super mulheres modernas que tudo podem e tudo querem entenderem isso, arrumar uma mala não vai ser um grande drama e a vida vai ficar bem melhor. Isso porque, com o senso de organização feminino, a mala vai ficar pronta muito mais rápido e de maneira muito mais eficiente. O homem vai ter mais tempo e energia pra desenvolver outras atividades... além de estar grato pela ajuda e atenção dispensada. If you know what I mean...

sábado, setembro 18, 2010

Keep fishin'

Coisas que estavam aí no mundo pra eu descobrir e gostar:

* Tori Amos
* Blog Nao2nao1
* Programas do Canal Fashion TV Brasil: Iconoclasts, Lado H, Estilo Brasil, Moda & Música
* Suco de Pitanga do Marieta
* Sorvete de Pitanga do I Scream

Coisas que chegaram ao mundo há pouco tempo (ou nem tão pouco assim) e eu gostei:

* Minha casa pintada de terracota (sim, é uma cor!)
* Chocolate Delice de caramelo da Lacta
* Chá Mate Leão gelado de limão
* O filme The hot tub time machine

Coisas que estavam no mundo, eu gostava, havia esquecido, relembrei e gostei:

* Balas de maçã da Lalka
* Daft Punk, Morcheeba, Spoon
* A doceria Mole Antonelliana
* Fazer playlists
* Guimarães Rosa
* Parque das Mangabeiras

Adoro novidades, descobertas e redescobertas. Sigo com a postura "whatever tomorrow brings..." Inclusive Incubus em BsAs ;-)

terça-feira, setembro 14, 2010

A melhor propaganda que já vi!

Que ideia genial!!! É interativo, é viral, é criativo, é divertido...
Clique numa das opções ao fim do video (shoot the bear/don't shoot the bear) e... have fun!

segunda-feira, setembro 13, 2010

Massive Attack em BH


15 de novembro, feriado. Não tem desculpa!
Os ingressos já estão à venda. É show pra não perder de jeito nenhum.
Presentinho de aniversário antecipado pra mim! :-) Vamos?!

quinta-feira, setembro 09, 2010

Indie.10

Com atraso posto aqui sobre a décima edição do Indie Festival - a última sessão começa daqui a pouco, às 21:30. De todo modo, a intenção não é divulgar o evento, mas falar do que vi.
Assisti a apenas 3 filmes e 2 deles merecem menção: O modo Delia e D-tour, exibidos numa mesma sessão.

O primeiro tem apenas 25 minutos e fala sobre essa mulher incrível, Delia, que fazia música eletrônica antes que qualquer tecnologia própria fosse inventada. Usava tão somente fitas cassetes que cortava e editava manualmente. Um trabalho sobre-humano com resultados fantásticos. O filme constitui-se de imagens da própria Delia e de entrevistas de gente ligada à área, como o dj do Portishead (vocês acham que ela foi foda ou não?). Não sei se é possível encontrar o filme fora de festivais, mas qualquer um que se interesse por música ou grandes realizações humanas deveria vê-lo.


Já D-tour é um tapa na cara. Conta a história do baterista de uma banda de rock - Rogue Wave - que está na lista de espera por um rim. O cara viaja em turnê com a banda, fazendo hemodiálise. O filme fala de superação, de amizade, de relações humanas, de doação incondicional e, claro, de doação de órgãos. Não é que ele apresente informações novas para conscientizar as pessoas, ele mostra, na real, como esquecemos de valores basilares no nosso cotidiano. É impressionante!
Em tempos de amores líquidos, é bom que sejamos lembrados do que realmente importa e de que o tempo é uma experiência subjetiva, não está no calendário ou no relógio. Amemos e proclamemos nosso amor. Agora!

segunda-feira, setembro 06, 2010

Lembrete!

Para os esquecidos e desavisados: hoje é o dia do sexo. Participem! ;-)

Para dançar funk e aumentar a cultura ao mesmo tempo!


Você é meio intelectual, meio esquerda mas não resiste à batida do funk carioca? Sente-se constrangido por querer mexer os quadris ao som de "desce, desce, desce"? Esse vídeo pode salvar a sua vida!
Agora você pode ouvir funk sem culpa, e parar de fingir que só curte jazz e mpb com letras politizadas.
Humberto Gessinger, com todas as suas figuras de linguagem, e Dinho Ouro Preto devem estar morrendo de inveja dessa letra! Hahaha.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Sentimento de mundo




Freud começa "O mal-estar na civilização" falando do sentimento oceânico e dizendo-se incapaz de senti-lo. Bem, eu compartilho dessa condição. Nunca senti-me conectada ao mundo dessa maneira, como um sentimento religioso, oceânico, transcendental. Talvez eu seja mesquinha e demasiado mundana.
A verdade é que não creio que preciso ter fé em algo superior e misterioso para ter uma vida plena, significativa, na qual eventuais manifestações do divino possam ocorrer.
A maioria das pessoas não vê a beleza em coisas cotidianas. O homem genérico insiste em ver maldade e tristeza, e em não ter esperança no futuro.
A minha prática profissional me impôs muitos anos de escuta. Escuta atenta, interessada. E escutei muita gente, nas mais variadas situações. Quase sempre de sofrimento, é verdade. Mas não é só profissionalmente que escuto. Escuto amigos, parentes, pessoas que amo, e também desconhecidos, com a mesma atenção e interesse.
De todas as pessoas que já escutei (ou li), a maior parte não tem nenhum sentimento verdadeiro de fé ou esperança. Quem se diz religioso, em geral o é por medo, por necessidade ou por inércia impensada.
Encontrei poucas pessoas na minha curta vida (são apenas 32 anos) que são capazes de sentir amor pelo humano. Não um indivíduo, mas o humano.
Fui questionada inúmeras vezes sobre minha falta de fé em Deus. Ninguém nunca me perguntou apenas “você tem fé?”. A resposta seria afirmativa. Tenho muita fé na humanidade, tenho uma fé incondicional e infinita no mundo e nos homens. Me sinto parte dele e por ele responsável. E não preciso do sentimento oceânico pra isso.
As pessoas se chocam por eu não crer em Deus, mas não se chocam que interesses políticos imponham condições inferiores de vida a toda uma população. É isso o que acontece quando sanções são impostas ao Irã, por exemplo. Não basta a história sofrida desses persas, eles ainda ficam à mercê dos interesses dos líderes de 6 nações – o que não necessariamente representa a vontade dos povos dessas nações. Enquanto isso, Israel ataca embarcações com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e continua a negar a posse de armas nucleares.
É chocante que um casal arremesse uma criança pela janela. E é menos chocante que uma ilha inteira desapareça do mapa por causa das ações humanas?
Eu realmente não entendo as pessoas. Ainda me choco mais do que me surpreendo positivamente com as atitudes do homem. Ainda assim, eu tenho fé. E, mais do que isso, eu procuro colocar minha fé e minha esperança em cada atitude. Procuro fazer qualquer coisa com o máximo de amor que eu puder dar.
Hoje acordei e, quando abri a janela, vi uma leve bruma envolvendo as árvores que avisto da minha varanda. A luz do sol batia fraca e deixava a cena mais idílica, mais linda. Não precisei pensar em Deus pra apreciar e ficar mais feliz. O quadro fica menos bonito se não for obra divina? O homem é menos sagrado se apenas evoluiu de seres mais elementares?
O que questiono não é a fé das pessoas. Absolutamente. Vejo na religião uma necessidade e uma ferramenta que pode sim, ser usada de forma positiva. O que questiono é a necessidade da religião, ou do sentimento religioso.
Ontem assisti a um programa que descobri recentemente e de que gosto muito – Iconoclasts, que é transmitido no Brasil pelo Fashion TV. O episódio que vi ontem foi com Eddie Vedder e Laird Hamilton. Minha grande admiração por Eddie Vedder já foi afirmada e reafirmada neste blog algumas vezes.
Durante um passeio de helicóptero sobre a ilha Maui, os dois veem um arco-íris em círculo, e depois duplo. E têm ainda visões inacreditáveis da ilha. Em certo ponto, Eddie credita isso a Deus e fala de suas conversas com Ele. Daí me veio a ideia, a dúvida na verdade, sobre essa necessidade do divino inerente à maioria das pessoas.
Alguns dos meus maiores ídolos são ateus declarados. Todos seres humanos superiores, que deram ou dão uma gigantesca contribuição ao mundo. Muito maior do que a de Papas ou outros líderes religiosos. Freud, Saramago, Greg Graffin. Eles não precisaram de Deus pra fazer uma enorme diferença. Todos homens de muita fé – na ciência, na arte, no homem...
Se você não é capaz de ver o caminho que a lua corta pra você caminhar; se você não consegue respirar fundo, viver e ver o caminho de cada dia, eu sinto muito, mas não há Deus ou religião que o salve. E se consegue apreciar as coisas pequenas e grandes que o mundo oferece a quem quiser, o que você está dando em troca?
Não podemos viver com um pouco de mistério? Não podemos apenas apreciar a beleza e a alegria das coisas? Todos os grandes homens sabem que respostas estragam a surpresa deliciosa de descobrir a vida e o mundo.
Se a "Máquina do mundo" se abrisse pra mim, faria como Drummond: apenas seguiria meu caminho incuriosa de saber todos os mistérios da vida, mas curiosa de descobri-los todos. E senti-los no corpo e na alma, com o que vier de bom e de ruim do claro enigma de cada dia!

quarta-feira, setembro 01, 2010

A origem

Definitivamente Christopher Nolan está no meu top 5 de cineastas favoritos! "Amnésia" foi o primeiro filme dele a que assisti e já me deixou muito impressionada (está, seguramente, no meu top 10). Depois, veio "Batman Begins" que, entre os filmes sobre Bruce Wayne tornou-se o meu preferido até... "O cavaleiro das trevas", do mesmo diretor. Este tem o melhor Joker de todos os tempos, superando inclusive o do Jack Nicholson, dirigido por Tim Burton, meu diretor predileto.
Então vi "A origem". Não tinha uma expectativa tão alta, apesar do diretor, por causa de uma má vontade com relação a Leonardo Dicaprio. Mas... Gosh! Saí até meio tonta do cinema, empolgada, falando sem parar. Fiquei dias com o filme na cabeça, interpretando, questionando...
Como é bom ver um trabalho tão bem elaborado, pesquisado, preparado com cuidado! O casting é fantástico, o visual é de tirar o fôlego e o roteiro... bem, é a cereja do bolo! MESMO. Há tempos eu não via um filme que desse tantas possibilidades de interpretação, que levantasse tantas dúvidas, mas sem entediar e sem parecer pretensioso. Não é que ele queira intrigar... Ele é intrigante. Esse é o melhor tipo de filme, né? Daqueles que a gente sai do cinema sem saber se entendeu, com uma pulga atrás da orelha. O filme não termina quando acaba.
Que me desculpem os que gostaram de "Magnólia", ou "Estrada perdida", ou "Cidade dos sonhos". Mas um filme não precisa te fazer parecer estúpido por não ter entendido nada pra ser inteligente, bom e misterioso. É bom sair se perguntando "Será?", e não "What da f#*k?!". É bom não ter a inteligência subestimada com explicações ofensivas e finais óbvios.
Se não viu, veja! Ah... Kalil, você não entendeu o filme. Essa é a única explicação pra não ter gostado, hahaha.
Leia os comentários de Pablo Villaça. Você vai querer assistir!