Às vezes, na pressa, acabo indo a um salão perto do consultório, prá aproveitar o tempo entre um atendimento e outro. Qd isso acontece, ser atendida por um profissional q/ eu não conheço e q/ não sabe como eu gosto das coisas é o menor dos problemas. O foda mesmo é o papinho q/ sempre acontece. Eu não sei pq as pessoas simplesmente não podem ficar caladas às vezes. Há uma necessidade quase doente de preencher o silêncio.
Sempre começa c/ amenidades como o tempo, o trânsito, a vida corrida. Aí vem a pior parte: informações pessoais. Não sei por que, mas esses prestadores de serviços acham q/ devem conhecer seus clientes. Claro q/ isso é sempre pior no dentista. Como está sua mãe? Vc tá trabalhando no mesmo lugar? E a vida de casada, tá gostando? E vc lá, c/ instrumentos e uma mão dentro da sua boca... como é q/ responde?!
Inevitavelmente vem a pergunta: o q/ vc faz? Qd eu tento mentir, acabo titubeando. Preciso treinar mais e achar uma profissão bem esdrúxula e desinteressante, para acabar c/ o assunto. Mas o fato é q/ sempre caio no erro de responder a verdade: sou psicóloga.
Segue-se um monólogo interminável, permedo de perguntas q/ não respondo (na verdade nem me dão tempo de responder) e q/ quase sempre daria um ótimo roteiro de novela mexicana ou peça do Nelson Rodrigues. Daí me pedem meu cartão, dizem q/ vão ligar e marcar uma consulta e, claro, nunca ligam. Saio c/ a sensação de q/ eu é quem deveria cobrar.
É engraçado... parece q/ o mundo inteiro precisa de psicólogo. Pq quase ninguém procura então? Hehehe... se fôssemos basear nas conversas de salões, táxis, elevadores, os horários nas agendas dos profissionais de saúde mental deveriam estar sendo disputados a tapa. Vou começar a dizer q/ sou papiloscopista, como Dudu já sugeriu.
* Tô ouvindo: Are you gonna be my girl - Jet *
(Big black boots / long brown hair / she´s so sweet / with her get back stare)
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