terça-feira, agosto 12, 2008

Há tesouros nas escavações pela world wide web.


Descobri há um tempo, super por acaso, um filme chamado "The man from Earth". Não há título em português, pois o filme não chegou ao Brasil.
Desde que comecei a ler comentários sobre ele, fiquei bem interessada. Havia muitos preditivos de que era bom: escrito por Jerome Bixby, autor de episódios de "Star Trek" e "The Twilight Zone", e ainda algumas pessoas que o comentavam, o associavam a outros como "Donnie Darko" e "K-Pax", filmes dos quais gosto bastante.
Logo baixei o filme (legendas em português também são facilmente encontradas) e o assisti. Realmente é tão interessante quanto pareceu quando li os comentários pela web.
Não há nenhuma produção, o cenário é praticamente um só, mas tem um roteiro que sustenta o filme. Mesmo. É intrigante, cheio de referências legais, faz uma passada por quase toda a história da humanidade, mistura ficção científica, história, um pouquinho de suspense... e deixa aquela "pulga atrás da orelha" como em "Efeito Borboleta" e "K-Pax".
Tem um elenco essencialmente de atores de tv, que encarnam muito bem os professores universitários doutores nas mais diversas áreas de conhecimento relacionadas ao homem - Sociologia, Psicologia, História, Biologia, Teologia, que discutem com interessantes argumentos a história contada por John Oldman, o protagonista, que está no mundo há mais de 14000 anos e que alega ter presenciado fascinantes momentos e ter conhecido ou encarnado importantes personagens da História.
A história que John conta a seus amigos, acaba sendo um teste de seus conhecimentos e, sobretudo, de sua fé. Seja a fé religiosa, seja a fé na ciência, seja na fé nos próprios conhecimentos, no próprio ego.
É bom encontrar filmes assim, feitos apenas para agradar o cérebro e não os sentidos. O que eu pensava que poderia ser meio chato ou entediante, acabou sendo hora e meia de exercício mental extremamente estimulante.
Não há ali os grandes questionamentos que um texto escrito pode proporcionar, mas tem o máximo que aquela linguagem permite. Poucos filmes chegam tão próximo de extrapolar os limites que tal mídia impõe.


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