segunda-feira, maio 24, 2010

Pessoas que gostaria conhecer I

Nesse final de semana assisti à entrevista que o ator Wagner Moura concedeu a Marília Gabriela, exibida pelo canal GNT.
Tenho várias restrições à entrevistadora, mas é preciso admitir que, em geral, seu rol de entrevistados é deveras interessante.
Gravei e assisti a essa entrevista em particular porque há muito tempo esse ator me chama a atenção. Desde que o vi como Taoca em "Deus é brasileiro", procuro acompanhar seu trabalho sempre que possível.
A entrevista dele para o também ator Selton Melo (que certamente protagonizará um post de mesmo título no futuro) no programa Tarja Preta do Canal Brasil é exemplo de quão interessante é sua pessoa.
Se você conseguir abstrair a presença de "Gabi", poderá apreciar a presença fantástica de Wagner Moura, que tem opiniões fundadas e muito interessantes sobre diversos assuntos considerados polêmicos. Seguramente, minha admiração se dá em parte por nossas opiniões coincidirem em muitos pontos.
Ele me convenceu, por exemplo, que Tropa de Elite, se visto sob determinada ótica, pode ser um bom filme. A reação do público ao abominável Capitão Nascimento, abraçado pela massa como herói, despertara em mim certa ojeriza ao filme.
Comungamos pensamentos sobre a decriminalização das drogas, sobre a religião e a fé no ser humano (aliás, sua declaração de que sua religião é o ser humano me causou inveja) e sobre o cinema, sobretudo o cinema brasileiro.
É muito bom ouvir de um ator jovem que, apesar de sua contribuição para a arte nacional, o Cinema Novo e seu legado devem ser superados. E ele fala isso sem hesitação e sem medo de ser metralhado pela maioria de artistas "cabeça" que pululam pelo país. Ser uma boa obra cinematográfica, enquanto expressão artística, não deve excluir, necessariamente, a possibilidade de ser um filme que agrade às massas e arrecade grande bilheteria. É muita chata essa ideia geral de que ou se é filme de arte, ou se é filme de grande bilheteria. Essa ideia não é uma exclusividade brasileira, claro, mas está muito arraigada por aqui. Enquanto for assim, o cinema estará travado em seu desenvolvimento. Como estará qualquer arte que padeça desse tipo de preconceito.
Não quero aqui fazer uma "ode a Wagner Moura". Quero apenas demonstrar porque eu queria dividir uma mesa de boteco com o ator e tê-lo entre o grupo de pessoas que eu convidaria pra uma noite de jogos em minha casa.

Nenhum comentário: