O Maurício Tobias* e o exagerado hedonismo da disco music me afastaram do estilo musical e das pistas. O rock sempre teve mais apelo pra mim e sempre fez mais sentido ouvir música com conteúdo. Mesmo o rock bubble gum de letras como "I wanna rock n' roll all night and party every day" me atrai mais do que a dance music em geral.
Depois de assistir a espetáculos como The Complex Rock Tour e Fuerza Bruta, me lembrei do quanto é bom se jogar na pista. É claro que é ótimo dançar naquela festa de casamento do amigo ou na sua formatura. Mas dançar ao som de YMCA e Dancing Queen com suas tias não é o mesmo que ir a uma boate e dançar a noite inteira, sem o risco de ver o sogro descendo na boquinha da garrafa porque o dj tem que agradar todo mundo e toca todos os estilos.
No último sábado saí pra dançar. Só isso. Não era aniversário, despedida de solteiro, formatura ou casamento de ninguém. Simplesmente saí de casa pra ir a uma boate dançar. Nem me lembro da última vez que havia feito isso.
Já há algum tempo Donna Summer, Barry White, Prince, The Jacksons, Daft Punk, Moloko, Kraftwerk e outros voltaram a tocar no meu ipod e no meu itunes, onde descansavam em paz e só estavam ali por uma consciência de sua importância musical. No entanto, foi só no último sábado que resolvi ir pra pista.
Como é catártico, não? Libertador mesmo. Não é exagero. Muito bom fazer algo só porque deu vontade. Não pelo prazer de aprender, de sentir, de ver, de conhecer, de observar, de entender, de experimentar... Só pelo prazer. O prazer hedonista de que falam as letras da disco music.
Para os rockers que ainda têm preconceito e não têm coragem de se jogar na pista, assistam o Music Land do Prince e o Moda & Música (disco e eletrônica), do canal FTV. Tenho tentado me libertar de algumas vendas que eu mesma me coloquei e me abrir pra coisas que podem até não fazer tanto sentido quanto as que escolhi por identificação, mas também não são ruins e podem até gerar muita satisfação. Axé e Raul Seixas não dá pra encarar. Mas Michael e Madonna não são tão apreciados pelo mundo todo sem razão, não é mesmo?
* Maurício Tobias é um professor de jazz de BH, que foi uma semi-celebridade local nos anos 80/90. Responsável pelas coreografias mais panteras já vistas, não era muito admirado por bailarinos clássicos como eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário