quinta-feira, novembro 09, 2006

Do tou believe in God?

"A religião restringe esse jogo de escolha e adaptação, desde que impõe igualmente a todos o seu próprio caminho para a aquisição da felicidade e da proteção contra o sofrimento. Sua técnica consiste em depreciar o valor da vida e deformar o quadro do mundo real de maneira delirante - maneira que pressupõe uma intimidação da inteligência. A esse preço, por fixá-las à força num estado de infantilismo psicológico e por arrastá-las a um delírio de massa, a religião consegue poupar a muitas pessoas uma neurose individual. Dificilmente, porém, algo mais. Existem, como dissemos, muitos caminhos que podem levar à felicidade passível de ser atingida pelos homens, mas nenhum que o faça com toda segurança. Mesmo a religião não consegue manter sua promessa. Se, finalmente, o crente se vê obrigado a falar dos "desígnios inescrutáveis" de Deus, está admitindo que tudo que lhe sobrou, como último consolo e fonte de prazer possíveis em seu sofrimento, foi uma submissão incondicional. E, se está preparado para isso, provavelmente poderia ter-se poupado o dètour que efetuou."
(Trecho de "O Mal-estar na civilização", de Freud)

E assim, depois de ler exatamente este parágrafo, há cerca de 10 anos atrás, comecei a formar minhas próprias idéias acerca do mundo, da vida, dos homens. Como vai terminar ainda não sei. Mas que tinha que começar com um texto que indica sexo, entorpecentes e artes como algumas das possibilidades de se atingir parcialmente o que chamamos de "felicidade", isso tinha.

2 comentários:

Anônimo disse...

hmmmm!

A propósito do assunto tratado por Freud nesse trecho, como lidar com a questão do livre arbítrio, à luz dos balizamentos que a religião as vezes nos impõem?

Olha se não é interessante:

"This problem has been around for a long time, maybe since before Philosophy itself. We have all worried, at any given time, about how one can be FREE if God already knows in advance everything we’re going to do. Feel free to replace the word "God" for "fate", "superior power", "dao", "tao", "chi", "greater energy", whatever... the problem remains no matter what you call it.

Nowadays we know the world operates according to some fundamental physical laws, and these laws govern the behavior of every object in the world.

Now, these laws, because they’re so trustworthy, they enable incredible technological achievements. But look at yourself. We’re just physical systems too, right? We’re just complex arrangements of carbon molecules. We’re mostly water, and our behavior isn’t gonna be an exception to these basic physical laws. So it starts to look like whether its God setting things up in advance and knowing everything you’re gonna do or whether it’s these basic physical laws governing everything, there’s not a lot of room left for freedom.

So now you might be tempted to just ignore the question, ignore the mystery of free will.

Say "Oh, well, it’s just an historical anecdote. It’s a question with no answer. Just forget about it."

But the question keeps staring you right in the face. Think again and you'll realize it has been always staring you right in the face! Always!

Then, just for fun, you let it aside and think about individuality… for instance, think about "who you are".

“Who you are” is mostly a matter of the free choices you make. Or take responsibility for. You can only be held responsible, you can only be found guilty, you can only be admired or respected for things you did of your own free will. So the question keeps coming back, and we don’t really have a solution to it. It starts to look like all our decisions are really just a charade.

Having fun yet? Alright, then think about how it happens. There’s some electrical activity in your brain. Your neurons fire. They send a signal down into your nervous system. It passes along down into your muscle fibers. They twitch. You might, say, reach out your arm. It looks like it’s a free action on your part, but every one of those - every part of that process is actually governed by physical law, chemical laws, electrical laws, and so on.

So now it just looks like the big bang set up the initial conditions, and the whole rest of human history, and even before, is really just the playing out of subatomic particles according to these basic fundamental physical laws. We think we’re special. We think we have some kind of special dignity, but that now comes under threat. I mean, that’s really challenged by this picture.

We can’t just ignore the problem. We have to find room in our contemporary world view for persons with all that that entails; not just bodies, but persons. And that means trying to solve the problem of freedom, finding room for choice and responsibility, and trying to understand individuality. "

Anônimo disse...

Hum... interessante, in deed. Mas só esboça um início de discussão, né? Esse é um assunto q/ rende inúmeras "sub-discussões" acerca de conceitos tão complexos quanto o próprio "free will", como "escolha", "desejo", "ética", "responsabilidade", e outros.
Acho q/ o conceito religioso de livre-arbítrio, é um modelo rudimentar de algo que hoje a "so called" democracia se esforça para criar e nos dar uma ilusão de liberdade. Lembra do "plebiscito do desarmamento"? Ou olhe a realidade política americana. Hehehe... mal posso esperar prá continuar essa discussão!