Cidades que não páram!

Ontem fui a Caetanópolis levar a Vó Lerdinha prá visitar parentes. É uma cidadezinha no meio do cerrado, pobre, paupérrima. Já foi uma tribo indígena, onde a bisavó da minha bisavó foi capturada a laço e obrigada a casar-se com o bisavô da minha bisavó.
Também já abrigou uma fábrica de tecidos que empregava a todos os habitantes em idade de trabalhar.
Hoje é só mais uma cidade pobre, paupérrima, esquecida no meio do cerrado mineiro. Orgulhosa de ser a terra da Clara Nunes e vizinha a Codisburgo, terra de Guimarães Rosa, talvez o melhor escritor brasileiro até hoje.
As únicas riquezas da região são as grutas. Belas grutas, que costumava visitar na infância.
Cordisburgo, Caetanópolis, Paraopeba, ficam próximo à BR040, depois de Sete Lagoas, rumo a Brasília.
Por ali passam os pescadores que freqüêntam Três Marias e, por isso, à beira da estrada no trecho entre Sete Lagoas e Cordisburgo, vemos muitas barraquinhas de madeira vendendo Minhocuçu e Sarapó, preciosas iscas.
Há dois anos atrás, quando tinha estado em Caetanópolis pela última vez prá levar os convites de casamento, a última dessas barraquinhas me chamou a atenção e me divertiu muito.
Ela continua lá. Parece que a idéia empreendedora deu certo. É a única barraquinha 24hs de minhocuçu e sarapó.
Se alguém aí precisar desesperadamente de minhocuçu às 4 da manhã, se for uma emergência e você não puder esperar o dia prá comprar sarapó, não se preocupe. Perto de Cordisburgo você encontra essas iguarias 24hs!!!
Tempos modernos! Aposto que nem em SP, NY ou Tokio vc encontra esses produtos 24 hs.