terça-feira, janeiro 27, 2009

E já é outro dia...

E Obama teve dia de estrela nas tvs de todo o mundo. Os canais de notícia cobriram os eventos de sua posse exaustivamente, negligenciando tudo o mais que acontecia no globo. Se merecidamente, saberemos em algum tempo.
Eu tendo a crer que sim. Ver Bush entregar o bastão, sair de cena e livrar o mundo de sua desagradável, ameaçadora e sufocante presença é algo que realmente precisava ser celebrado.
Vendo aquela multidão satisfeita que foi saudar o novo presidente da - apesar de tudo - mais poderosa nação do mundo, imaginava que aqueles dois milhões de americanos poderiam estar cantando "Apesar de você" para George W. Bush e torcendo para que, com as coleiras, estivessem tirando também suas vendas.
Sim, tenho esperança. Não só em Obama que, apesar de parecer sincero em seus necessários bons propósitos, pouco pode sozinho. Espero que o povo americano acorde e abra bem os olhos. Não só para o próprio umbigo e as próprias necessidades, mas para o mundo.
Ao que tudo indica, com prudência e parcimônia, Obama fará sua parte. Já estipulou prazo para o fechamento de Guantánamo. É pouco, mas é um começo. Falta decidir o que fazer com aquela gente que lá (sobre)vive. Falta devolver o território a Cuba. Falta, aliás, apresentar a Cuba o século XXI e ajudá-la a se livrar de seu próprio enconsto, muito mais prolongado e de raízes mais profundas e efeitos mais devastadores para o próprio terrítório que foram esses quase 50 anos de castrismo, do que foram os 8 anos de Bush para os Estados Unidos e para o mundo.
O novo presidente fez um belo discurso. Um discurso para encher os americanos e o mundo de esperança. É claro que coloca os EUA como salvador do universo, mas que podemos esperar? Deixamos mesmo que esse país assumisse tal papel perante quase todo o ocidente, sobretudo nós aqui dos chamados "países em desenvolvimento".
Que Barack Obama possa presentificar o "outro dia" da música de Chico Buarque. Que o mundo viva novos tempos de aprendizado, tolerância, reconstrução e melhora. Tanta responsabilidade tem esse homem, que tão bem sintetiza o líder de que precisamos todos - uma mistura de povos, uma promessa de mudança de paradigma, um pioneiro e, sobretudo, alguém disposto a conciliar diferenças convergindo-as para a construção de um mundo diferente e melhor.
Eu acredito que o outro dia já raiou! Já é amanhã.

Apesar de você
(Chico Buarque)

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá…….

domingo, janeiro 25, 2009

De volta

Oi, meus queridos leitores!

Retornei hoje de breve temporada na Bahia. Ao longo da semana retomo os trabalhos aqui no blog. Hoje ainda estou com uma preguiça danada e com os miolos cozidos pelo sol da terra mais abençoada deste nosso planeta.
Descansada, cheia de novas leituras, alguns tons a mais na escala de cores Pantone, sem saber o que está acontecendo no cinema, abastecida de tapioca, acarajé e moqueca... e com muito o que comentar das duas últimas viagens.
Os próximos dias serão movimentados por aqui. Está oficialmente aberta a temporada 2009!

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Absurdos e distâncias incalculáveis do mundo virtual

É incrível, realmente inacreditável que, por deficiência da língua, ou melhor dizendo da linguagem (não está no português, mas nas limitações da comunicação entre os homens) de alguma maneira estamos, Saramago e eu, incluídos numa mesma categoria: a de blogueiros.
Tal fato me deixa estupefata, encabulada e tímida. Desde que descobri O caderno de Saramago, me faltam coragem e palavras para escrever aqui. Podem já ter reparado os meus escassos leitores - que bem sei o são por amizade - que cada vez mais aparecem por aqui vídeos e menos palavras.
Há meses venho acompanhando "o caderno" e, há meses, venho tentando me convercer de que devia mesmo é encerrar as atividades por aqui. Não o fiz por puro apego e necessidade de dar vazão a pensamentos, que esses não cessam nunca.
Me perguntam então: se não faltam pensamentos, por que faltam escritos aqui neste seu espaço? Bem, pensamentos não os faltam nunca. Ao contrário, são cada vez mais e mais variados. O que faltam são palavras? Tão pouco. As palavras sempre faltaram. A todas as línguas e linguagens, a todos os escritores de todos os estilos. Os bons e os maus. Não falta, meus amigos. Sobra. Sobra vergonha na cara e recenhecimento de nunca poderei por pensamentos em palavras com a competência, a exatidão e a capacidade de encantar com que o faz um outro blogueiro. O Saramago, claro.
Ficava eu tranquila enquanto o ídolo era simplesmente o melhor escritor vivo, e talvez o melhor escritor que já houve, na minha modesta opinião e seguramente no meu gosto, a escrever livros. Mas meteu-se Saramago a ser blogueiro. Como podemos, eu e Saramago, ser uma mesma coisa, que não apenas humanos, categoria que cabe quase tudo.
O que preciso é me iludir com a idéia de que na internet, assim como na condição de ser "humano", também se pode por de quase tudo. Posso por minhas idéias com limitada capacidade de expressão. Pode por suas idéias Saramago, para deleite de quem o acompanha na internet, bem como nos seus livros.
No fim, apesar das inquietações - que acredito serem sempre de bom proveito para quem delas se atente - e do desânimo em seguir escrevendo que me bate a cada leitura no blog do José, só posso agradecer ao amigo Fernando Americano, que foi quem me apresentou "o caderno" e com quem divido a admiração pelo ídolo literário.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Love... love... love...

(I feel love - Donna Summer)

Pra começar bem o ano! Love... all you need is love. Um 2009 cheio de muito amor a todos!
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Quem acha que ela tá doida de entorpecentes?!