terça-feira, novembro 30, 2010

Lalangue

Está na moda, sobretudo em provas de vestibular e de concursos, a linguística funcional, que privilegia o discursos e as relações contextuais na análise da língua. Assim, as questões das provas que têm como base a linguística funcional contêm menos expressões como "está gramaticalmente correto" ou "de acordo com a prescrição gramatical", e mais como "de acordo com a norma culta". Isso porque a gramática funcional considera que, dado o uso corrente entre os falantes, certas expressões ou formas da língua não podem ser consideradas erradas, mas apenas em desacordo com a norma culta.
Se você, como eu, formou-se há mais de 10 anos, precisa desaprender um monte de coisas e aprender várias outras que nos ensinaram como pecado mortal na escola. O lado bom é que isso democratiza a língua, a torna um retrato de seus falantes e mais acessível a todos.
Fico imaginando se os anglo-saxões, tão apegados a costumes, símbolos, documentos fundantes, entre outras coisas, são ou seriam adeptos da linguística funcional. A monarquia constitucional vigora na Inglaterra desde o século XVII, a Constituição americana data de 1787 e o dólar americano de 1792.
O que pensariam os gramáticos bretões dos acrônimos que dominam a comunicação no mundo virtual?  Hoje é possível manter uma conversa inteira sem escrever uma palavra sequer. Duvida?

1: LTNS 
2: :-)
1: FYI IHIWTH
2: MMDA
1: OMG GTG
2: WTF
1: SSDD
2: FISHMO
1: DUS
2: JK
1: IANL
2: HMHIS GL
1: TFU TY
2: TTYL
1: SYL
2: U2

Não entendeu nada? Este link pode ajudá-lo.

Será que as gramáticas e livros didáticos britânicos e estadunidenses incorporarão essa nova forma da língua adotada na rede mundial? Vão precisar traduzir Shakespeare e Jack Kerouac pra molecada!

quarta-feira, novembro 24, 2010

Só para mulheres

Olha a ginga e a malemolência
Responda rápido: Qual o príncipe mais interessante dos contos de fadas?
Justifique sua resposta.
...
...
...
...
...
Se não respondeu imediatamente "Príncipe Azul (ou Príncipe Encantado), da Cinderela, porque ele sabe dançar", pare de ler agora, pois você não é uma menina! 




Caso você tenha provado ser portadora de dois cromossomos X, vai se interessar pelos brinquedinhos que descobri e compartilho a informação abaixo. Eles são novidade pra mim! Seguramente muita gente já testou e aprovou. Ainda não conheço na prática, mas fiquei curiosa.
Bem, eu gosto muito de estudar e, embora esteja estudando todos os dias, o dia todo, ainda busco um curso aqui e ali pra fazer de vez em quando. Numa dessas buscas, visitei o site de uma empresa aqui de BH que oferece uns cursos extra-curriculares interessantes. Uma vez no site, tive aceso ao mix de produtos da empresa que, a princípio, não tinha nada de muito diferente do mix das demais empresas do mesmo ramo de negócios. 
No entanto, dois produtos me chamaram a atenção por utilizarem o que há de mais avançado em tecnologia: wireless e comando via iphone. E não, caras leitoras... Eu não estou falando de instrumentos e gadgets de comunicação. Estou falando de brinquedinhos para momentos mais nossos, ou compartilhados a dois (ou a três, a quatro, em grupo... Cada um com seu cada um, né?).
Deve estar na aula de yoga, então vou pegar leve... Velocidade 3!


















Isso mesmo! Um vibrador acionado por controle remoto (sim, já apareceu em filme de Hollywood, mas eu não tinha visto por aqui) e outro acionado pelo iphone. Acreditam? Não? Olhem aqui e aqui, então! Se seu namorado, amigo com benefícios, marido ou o que for, adora estar no controle, agora ele pode fazê-lo mais do que nunca. E mesmo à distância. De Macau, Nova York, Ancara, Paris ou da sala ao lado, ele pode  deixá-la muito contente!
É a tecnologia da comunicação atingindo nichos os mais variados!
E pra quem curte brinquedos e acessórios, não deixe de conferir essa ação interessante da Prudence. E não, não é propaganda... Estou só divulgando uma boa ideia.

terça-feira, novembro 23, 2010

Como o mundo virtual estragou o meu humor

Hoje dei uma mega apelada por causa do Facebook. Essa coisa é um CÂNCER!!!!

Recebi um email de um amigo que não vejo há muito, muito tempo. Fiquei feliz por ele dar notícias e, quando abri, era um convite do Facebook. Pensei... quer saber, vou me inscrever logo nessa porqueira, pq pelo menos paro de receber esses convites infestando minha caixa de entrada e de responder "não" qd me perguntam assustadíssimos, como se eu fosse um ET:"VOCÊ NÃO TÁ NO FACEBOOK?".

Inocentemente, pensei que os efeitos colaterais seriam só estes: parar de parecer um ET e parar de receber convites. Ledo engano! Agora não paro de receber confirmações de pedidos de amizade! Que feliz!!!!!

Até sobre preferências políticas e religiosas eles perguntam no preenchimento do perfil. POR QUE, em sã consciência, eu gostaria de dividir minhas preferências políticas e religiosas com pessoas que mal conheço?

E o pior... as pessoas efetivamente escrevem sobre o que estão fazendo lá. I DON'T CARE!!!

Tô deveras irritada com a realidade virtual hoje. Um saco esse Facebook, um saco o twitter. Aproxima pessoas my ass!

Pronto, falei.

Hehehe... depois q/ o mau humor passar, pode ser que eu tente aprender algo de bom sobre essa ferramenta. No momento, eu só quero que seu inventor morra de uma morte lenta e dolorosa...

quinta-feira, novembro 11, 2010

Pequenas obsessões femininas

O mundo da moda não tem muito apelo pra mim. Não acompanho os desfiles, não sei quando começam/terminam as temporadas, conheço pouquíssimas marcas, devo ter entrado umas duas ou três vezes numa outlet na minha vida. Nem quando viajo tenho impulsos consumistas.
Há uma ou outra marca de que gosto e tendo a comprar seus produtos, mas não sou fiel a nenhuma. No máximo posso dizer que tenho preferências, sobretudo relativamente à qualidade e conforto.
Mas... Tenho minhas manias e obsessões. Já falei aqui sobre um certo fetiche que tenho por botas. Bem, há um outro: lingeries. É uma mania antiga e esquisita. Eu simplesmente não consigo usar duas peças que não combinem. Tem gente que não sai de casa sem batom, certo? Eu não saio de casa com a calcinha de uma cor e o soutien de outra. A preferência é sempre por conjuntos, mas eu consigo usar se as peças combinarem, tiverem ao menos uma cor em comum. Posso até estar meio mulambenta por fora, num dia de muita preguiça. Você olha e me vê de calça jeans, tênis e camiseta... argh! Mas por baixo, seguramente está um belo conjunto de lingerie!
Adoro comprar lingeries e me irrita a falta de variedade que há hoje em dia. Mudam os tecidos, as cores, uma fitinha aqui ou ali mas, basicamente, os modelos são os mesmos. Sobretudo os de soutiens. Todos têm bojo, o que é altamente enervante, já que somos obrigadas a ostentar algo que não temos. Também já falei sobre isso aqui.
Pra quem tem uma pequena obsessão por lingeries, a Victoria's Secret é a marca de maior interesse, claro. Ontem aconteceu o desfile 2010/2011. Eu fico babando que nem cachorro olhando o frango rodar. Só fico imaginando quando for a Nova York e entrar naquela loja... ai, ai! Muitos dólares serão deixados ali. Um enxoval vitalício de lingeries e um estoque absurdo de cremes... um dos meus poucos, pouquíssimos, sonhos de consumo!
Vejam as fotos do desfile e digam se não tenho razão de adorar!

terça-feira, novembro 09, 2010

Não estou só!

Sei que estou ficando repetitiva com esse tema, mas não deu pra resistir. É disso que quero fazer parte, amigos. É nisso que eu acredito!

sexta-feira, novembro 05, 2010

Uma senhora respeitável e alegre

Nesta semana o Arquivo N da Globo News é sobre os 65 anos da ONU completados no último 26 de junho. Embora superficial, o programa é interessante e não se resume a aclamar a organização. Também mostra suas limitações e alguns de seus tropeços.
O enfoque na participação e no papel brasileiros dá uma dimensão do que eu falei no post abaixo.
Impagável é ver, na última cena, o auditório da Assembleia Geral de pé, batendo palmas e dançando enquanto o então Secretário Geral, Kofi Annan, toca atabaques numa performance de Gilberto Gil. Goste você de MPB ou não.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Joseph Nye sobre o poder mundial

Joseph Nye on global power shifts | Video on TED.com

Mesmo antes de começar meus estudos para o CACD, eu já era uma entusiasta da postura brasileira em Política Externa. É bem verdade que era um entusiasmo mais intuitivo, ideológico, sem embasamento teórico e compreensão aprofundada dos temas.
Hoje, depois de ler e estudar sobre o assunto, embora saiba ainda muito pouco, consigo defender em bases sólidas as ações internacionais do Brasil.
Na palestra do vídeo linkado aí acima, Joseph Nye, especialista em relações internacionais (vale uma busca no Google pra quem não conhece o cara) fala das novas relações de poder e suas idiossincrasias. Ele critica a noção precipitadamente difundida de declínio dos EUA no cenário global e justifica suas teses a partir do conceito de poder. Na verdade, a partir de conceitos mais amplos e diversificados de poder.
A ideia de smart power por ele cunhada aponta a saída para os problemas nas relações globais do século XXI, em que o Estado é mais um ator entre vários no cenário global.
Nye esclarece o porque de não devermos esperar o fim da História ou o declínio do Estado na esfera global e nos alerta para as possibilidades de um futuro melhor através do exercício do smart power. Explica didaticamente como há alternância e difusão de poder ao longo da História, o que enfraquece as teorias alarmistas que surgem de tempos em tempos acerca de ameaças de guerra e outras catástrofes na arena internacional.
Influência e inteligência, soma positiva no lugar de um jogo de soma zero - eis aí o caminho para um futuro melhor para todos, em que cada ator poder contribuir e ganhar independentemente de seu tamanho e recursos tradicionais de poder (hard power ou soft power), seja ele um Estado, uma organização, uma corporação, etc.
E não é esse jogo de soma positiva que o Brasil vem tentando já há muitos anos em suas relações com o mundo? Diversificando parcerias, agindo pragmaticamente, pregando a não-indiferença... é o Brasil exercendo o smart power mesmo sem alguns dos recursos tradicionais de poder. Os exemplos das ações internacionais brasileiras que ilustrariam o conceito de Nye são inúmeros, a despeito da crítica mesquinha no âmbito interno.
Orgulho é o que sinto. E uma vontade imensa de fazer parte disso de forma cada vez mais ativa!

Diversão pra gente grande

Tifosi alvoroçados pelo mundo: Foi inaugurado hoje o Ferrari World , primeiro parque temático da Scuderia! Não gosto de parques e menos ainda de montanhas russas... Mas na Formula Rossa, que atinge incríveis 240Km/h acho que eu iria.
Programinha bem interessante pra umas férias, não? ;-)

quarta-feira, novembro 03, 2010

Filosofia, por Quino

Eu adoro as tiras da Mafalda. Li em poucos dias o "Todas" em espanhol quando o ganhei do Dudu. Aliás, o apreço pela Mafalda foi uma das coisas que nos aproximou... era um dos nossos assuntos favoritos nos tempos em que frequentávamos o Beb's, muito antes de eu reparar naquele par de coxas e naquelas covinhas, e decidir que me casaria com o conjunto todo.
Pessoas que também conhecem, leem e gostam de Mafalda sempre galgam degraus no meu conceito.
O Fernando, meu padrinho goiano favorito (de quem descobri recentemente que também vou ser madrinha! :-]) me enviou de presente um calendário de mesa da Mafalda, que tem uma tirinha por dia. Além de começar o dia mais feliz, ele me deixa muito mais sábia! São doses diárias da mais pura e elevada filosofia...
Deixo aqui alguns exemplos de sábias palavras escritas por Quino e proferidas por Mafalda e sua turma:

Sobre discos voadores: ¿Y porqué habiendo mundos más evolucionados yo tenía que nacer en este?


Sobre a vida: ¿Nosotros llevamos una vida decente, mamá? ¡Por supesto! ¿Y hacia dónde la llevamos?


Sobre o mundo: Este mapamundi tiene muy lindos colores... Hay países rosados, anaranjados, verdes, amarillos, lilas,... Países todos en tonos muy bonitos... Que nada tienen que ver con el color de sus intenciones.
Falando com Deus: Está bien que nos hayas hecho de barro, pero ¿Por qué no nos sacás un poquito del pantano?


Sobre economia: Es una pena que las teorías económicas no incluyan nunca el cálculo de lo que hay que pagarles a otros economistas que vengan a explicarnos teóricamente por qué no economizamos.


Sobre filosofia: "Conócete a tí mismo." Buen consejo. Pero hoy no tengo ganas de andar haciendo turismo por adentro mío.


Desligando o rádio antes de começarem a dar as notícias nacionais e internacionais: Hoy quiero vivir sin darme cuenta.


Brincando com Susanita: Veo-veo. ¿Qué ves? Una cosa. ¿De qué color? Negro. ¿El futuro?


Observando os banhistas na praia: Francamente, aquí el género humano no tiene nada ni de humano ni de género.


Descobrindo a posição da Argentina no globo terrestre: Pero entonces...¡Vivimos cabeza abajo! ¡Dios mío! ¡Creo que a partir de hoy sentiré más apego por este suelo!


Conversando com Felipe: ¿No ves que los países desarollados son justamente los que viven cabeza-arriba? ¿Y eso qué prueba? Que por vivir cabeza abajo, a nosotros las ideas se nos caen!.


Sobre a humanidade: He estado pensando mucho en las funciones del hombre y llegué a la conclusión de que nosotros estamos recién en la matinée de la vida.


Ainda sobre a humanidade: Habria que empezar de nuevo, a ver si sale mejor.


Sobre a vida em outros planetas: Lo sorprendente es que haya vida en este planeta.


Sobre os papéis sociais na família: En esta familia no hay jefes; somos una cooperativa.


Susanita, pedindo um conselho a Mafalda: Decime,... ¿Qué puedo hacer con una personalidad tan interesante como la mía?

segunda-feira, novembro 01, 2010

Daqui a 2014

Confesso, hoje, que foi com pouco entusiasmo que votei em Dilma. Embora fosse ela a representante do projeto que eu quero e acredito para o país, não tive plena convicção ao apertar 13+confirma, como tive há 4 e há 8 anos. Desta vez, meu voto foi mais contra uma proposta que repudio do que de apoio à candidata que personificava minhas ideologias e esperanças.
Terminada a votação, passei a acompanhar a apuração dos votos e qual não foi minha surpresa ao perceber-me feliz com o resultado que se desenhava. Uma certa empolgação ia crescendo à medida em que me dava conta do que realmente o povo havia escolhido. Dilma, mais do que uma candidata, era um plano de ação para o país. Os eleitores não decidiram apenas quem vai presidir o Brasil, como eu supunha; eles optaram pelo caminho a ser seguido, o futuro que esperam e acreditam. E esse caminho é o do desenvolvimento e do pragmatismo.
O povo brasileiro me tirou de uma inércia de relativa descrença e pessimismo. Dilma, com seu  primeiro discurso de presidenta eleita, me ajudou a entender que o povo sabe escolher uma proposta mais do que uma personalidade. O povo escolheu não o carisma de Lula, mas a mudança de vida que lhes foi proporcionada e que está ainda em andamento.
Se do ponto de vista macroeconômico e da política externa temos políticas de Estado e não de Governo e, efetivamente não haveria muita diferença entre Dilma e Serra, do ponto de vista interno a diferença é expressiva.
Em seu discurso, que pretendo guardar para reler de tempos em tempos e comparar as promessas com as ações, Dilma conquistou minha confiança. As ideias simples nele delineadas se coadunam com o que acredito e com o que espero para a política brasileira. de longo prazo, não apenas para os próximos 4 anos.
Cito alguns pontos que me chamaram atenção no discurso e me devolveram a vontade política. Pontos que pretendo observar com atenção se estão de fato sendo cumpridos:
  • Compromisso com um governo para todos, independentemente das posições políticas.
  • Luta pela igualdade de acesso para homens e mulheres, fazendo disso algo cotidiano.
  • Defesa da democracia, do direito à expressão, da liberdade, dos direitos humanos e da Constituição.
  • Erradicação da miséria e promoção da igualdade.
  • Convocação de todos, seja do poder público, seja da sociedade civil, a participar ativamente na construção de uma realidade mais justa.
  • Busca pelo desenvolvimento do país e pela maior inserção global do mesmo.
  • Reconhecimento da participação e do empenho do povo na edificação de uma nação forte.
  • Promessa de continuidade e comprometimento com a política macroeconômica que vem melhorando a imagem externa do país.
  • Cuidado e atenção com a melhoria do serviço público, com a saúde e a educação, bem como com o desenvolvimento sustentável, não apenas em bases ambientais, mas também sociais.
  • Valorização do capital e do trabalhador nos mais diversos níveis.
  • Comprometimento com a distribuição mais igualitária de riquezas.
  • Respeito às diferenças.
  • Transparência e qualidade na administração pública.
  • Reconhecimento aos esforços tanto de aliados como de opositores.
  • Superação da imagem de Lula e desejo de governar de maneira própria, espelhando-se e não abrigando-se comodamente a sua sombra, avançando no que ainda está incipiente ou sequer começou.
Esses são os pontos que me fizeram acreditar no governo de Dilma, que me convenceram de sua forte personalidade e de que será um governo de continuidade, sim, mas de um projeto e um ideal levados a cabo de maneira própria. Maneira que conheceremos ao longo dos próximos 4 anos e que poderemos legitimar ou não, como sói acontecer nas verdadeiras e maduras democracias. 
Sugiro a todos que também guardem esse discurso, avaliem e cobrem sua materialização durante o mandato de nossa presidenta. É o que pretendo fazer.