quinta-feira, novembro 04, 2010

Joseph Nye sobre o poder mundial

Joseph Nye on global power shifts | Video on TED.com

Mesmo antes de começar meus estudos para o CACD, eu já era uma entusiasta da postura brasileira em Política Externa. É bem verdade que era um entusiasmo mais intuitivo, ideológico, sem embasamento teórico e compreensão aprofundada dos temas.
Hoje, depois de ler e estudar sobre o assunto, embora saiba ainda muito pouco, consigo defender em bases sólidas as ações internacionais do Brasil.
Na palestra do vídeo linkado aí acima, Joseph Nye, especialista em relações internacionais (vale uma busca no Google pra quem não conhece o cara) fala das novas relações de poder e suas idiossincrasias. Ele critica a noção precipitadamente difundida de declínio dos EUA no cenário global e justifica suas teses a partir do conceito de poder. Na verdade, a partir de conceitos mais amplos e diversificados de poder.
A ideia de smart power por ele cunhada aponta a saída para os problemas nas relações globais do século XXI, em que o Estado é mais um ator entre vários no cenário global.
Nye esclarece o porque de não devermos esperar o fim da História ou o declínio do Estado na esfera global e nos alerta para as possibilidades de um futuro melhor através do exercício do smart power. Explica didaticamente como há alternância e difusão de poder ao longo da História, o que enfraquece as teorias alarmistas que surgem de tempos em tempos acerca de ameaças de guerra e outras catástrofes na arena internacional.
Influência e inteligência, soma positiva no lugar de um jogo de soma zero - eis aí o caminho para um futuro melhor para todos, em que cada ator poder contribuir e ganhar independentemente de seu tamanho e recursos tradicionais de poder (hard power ou soft power), seja ele um Estado, uma organização, uma corporação, etc.
E não é esse jogo de soma positiva que o Brasil vem tentando já há muitos anos em suas relações com o mundo? Diversificando parcerias, agindo pragmaticamente, pregando a não-indiferença... é o Brasil exercendo o smart power mesmo sem alguns dos recursos tradicionais de poder. Os exemplos das ações internacionais brasileiras que ilustrariam o conceito de Nye são inúmeros, a despeito da crítica mesquinha no âmbito interno.
Orgulho é o que sinto. E uma vontade imensa de fazer parte disso de forma cada vez mais ativa!

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