terça-feira, dezembro 30, 2008

Pra despedir de 2008 e saudar 2009

(Cardigans - Rise and shine)

Que 2009 seja assim - Rise and shine - pra todos nós!!!
Um ótimo reveillon, com muita festa e espumante pra todo mundo... e até o ano novo!

segunda-feira, dezembro 15, 2008

ANYBODY THEEEEERE... theeere... theere... there...?

Eu sei. Eu sei. Tô muito relapsa com este blog. Deixando-o por dias às moscas. Mas vocês sabem: fim de ano as coisas são mais complicadas - é trânsito, é chuva, é falta de tempo. Tenham paciência comigo!

Aqui vai uma pequena atualização com o que rolou no fim de semana:

Sábado fui ao BH Music Station, pra conferir o show da Marina de la Riva. Tinha escutado algumas coisas dela e tava curiosa pra vê-la ao vivo.
Achei bem legal o show da fofa. No final, ela exagerou na empolgação... não precisava repassar o show todo e ficar atendento os 174 pedidos do público, né? Tooodo show tem que acabar.
No geral, o repertório é legal, cheio de música cubana. Tem um pouco de música brasileira também, que dá um toque de animação ao show, já que o início, marcado por boleros, é meio paradão.
A performance foi melhor que a encomenda. Qualquer pessoa que tenha em seu álbum de estréia a participação do Chico Buarque, merece crédito, certo?
Quanto ao evento, foi interessante como sempre. O line up, como sempre, é meio "neo-hippie" demais. Artistas e bandas mais ou menos conhecidas, mais ou menos alternativas, meio direita, meio esquerda... sabem como é? Não tive paciência pra ver outros shows.
Apesar da falta de estacionamento no ponto de embarque - a estação central - o evento é bem organizado. Há artistas em todos os vagões, executando ritmos variados. Nas estações onde acontecem os shows, e na estação central, rolam performances e outras coisinhas. A produção visual é boa, o aproveitamento dos espaços nas estações é bom, a segurança é bem eficiente. Nem mesmo a chuva atrapalhou. As tendas resistiram bem às águas quase torrenciais. Só deixou a desejar a qualidade do som; pelo menos no palco em que rolou o show que vi.
O preço é meio exagerado, considerando as apresentações oferecidas. Sessenta malandros pagam shows mais substanciais do que Vander Lee e Pedro Luís e a Parede.
De qualquer forma, tô considerando voltar no próximo sábado, o derradeiro da edição 2008, para assistir Ana Cañas. Veremos.

No domingo, fui finalmente conhecer o restaurante iraniano "Amigos do Rei". Como esclareceram de cara o garçom e o informativo sobre cozinha persa que nos fornecem, nada tem a ver com a cozinha árabe. A cozinha persa tem sabores marcantes e bem diferentes dos que nosso paladar brasileiro-americanizado está acostumado. O açafrão está muito presente, assim como carnes variadas. A mistura doce-salgado é frequente. O resultado é agradável, surpreendente e muito interessante.
Eu, que adoro experimentar sabores diferentes, condimentados e exóticos, me diverti muito. Quero voltar.
O atendimento é excelente, o local é simples e aconchegante. O cardápio não apresenta muitas opções, apesar de ser bem variado - tem carnes de boi e cordeiro, peixe e pratos vegetarianos.
Como era de se esperar, não tem Coca-cola. Só Mate-couro. Mas acabei experimentando mesmo foi uma bebiba típica, que mistura água gasosa, um xarope e pepino. Agradável no início, mas muito doce da metade pro fim. Também provei esferas de carne ao molho de romã e nozes, com arroz basmati e de açafrão. Acompanhava um molhinho de iogurte, que servia para "limpar" o paladar de vez em quando, do forte gosto do molho. Muito bom! Dudu comeu um guisado de filé que tava uma delícia, com lima da pérsia cozida que dava um sabor diferente e bem gostoso. De sobremesa, pudim de rosas com pistache. Suave e delicioso. O difícil é ter de comer de colher, como manda a etiqueta persa.
O que não é muito agradável é o preço. Essa brincadeira para um casal, nos custou quase R$130,00. Sem entrada e dividindo a sobremesa!
Mas vale a visita pra conhecer!

quinta-feira, dezembro 04, 2008

living my life filled with joy and wonder


Vamos lá... não sei bem como fazer, por onde começar, mas me propus escrever sobre o show do R.E.M., certo? Let's give a shot then!
Posso dizer que o show foi muito, MUITO foda! Manteve a galera pulando e animada o tempo todo. Qualquer show tem uns gaiatos na platéia, né? Pois nesse parecia que só tinha fã - todo mundo acompanhando Michael fervorosamente. Lembrava mesmo um culto religioso, uma seita. Foi um transe conjunto de pouco mais de duas horas.
A sensação, no fim do show, era de "EU QUERO VOLTAR AMANHÃ!!!". Mas não podia, infelizmente.
Cheguei bem cansada, por causa dos dois shows nos dias anteriores. Achei que não ia conseguir curtir muito. O fato é que fui contagiada por aquela energia e não consegui parar de cantar e pular. Esqueci o cansaço e saí de lá sem voz, sem sentir a sola dos pés que, mal saíram do sapato, começaram a latejar... mas eu tava leve, e feliz. Bem feliz!
É difícil falar em perfeição, porque bandas antigas como o R.E.M., sempre deixam alguma música excelente de fora do set list. Não rolaram algumas que eu adoro, como "Pop Song 89" ou "Bang and Blame". Mas considero que os álbuns foram bem representados e o set list ficou muito legal.
O público todo saiu extasiado... via-se nos rostos felizes, despreocupados com a chuva que nos caía sobre a cabeça ao deixar o Via Funchal.
É um show que, seguramente, tá no meu top 5.
Eu não conhecia o Via Funchal. Achei um lugar bem interessante, já que proporciona boa visão do palco de qualquer lugar. O som, que haviam me alertado que ali nem sempre é dos melhores, esteve excelente. O palco, simples, com um painel de luzes coloridas dançantes, não apresenta inovação, mas deixa claro que o importante ali não era a pirotecnia, mas o rock - que a banda apresenta e representa muito bem.
Todos os compenentes do grupo e da banda de apoio interagiam legal com a galera, agitavam no palco. Michael em especial. Inquieto, foi duas vezes pro meio do público, dançou muito, conversou e se divertiu. Tem uma presença de palco e um domínio do público, que deixam qualquer um hipnotizado. Se ele manda pular, a gente pula, se ele manda cantar, a gente canta, se ele manda levantar as mãos, não há remédio senão levantá-las.
Penso que, aquilo que pensamos ser uma dança desengonçada, é na verdade uma técnica aprendida do tantra e da hipnose, que deixa o mais cético sob os encantos de sua esquisitice e sua voz metálica.
Sempre que puder, verei R.E.M. ao vivo! Definitivamente não é um show que se vê só por curiosidade, só pra dizer que foi. É um show pra viver quantas vezes for possível.
Taí o set list pra quem foi lembrar e, quem não foi, se arrepender:

01) “Living Well Is The Best Revenge”
02) “I Took Your Name”
03) “What’s The Frequency, Kenneth?”
04) “Fall On Me”
05) “Drive”
06) “Man-Sized Wreath”
07) “Ignoreland”
08) “Hollow Man”
09) “Imitation of Life”
10) “Electrolite”
11) ”Great Beyond”
12) “Everbody Hurts”
13) “She Just Wants To Be”
14) “The One I Love”
15) “Sweetness Follows“
16) “Let Me In”
17) “Bad Day“
18) “Horse To Water“
19) “Orange Crush“
20) “It’s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)”

Bis
21) “Supernatural Superserious”
22) “Losing My Religion”
23) “Animal”
24) “(Don’t Go Back To) Rockville”
25) “Man On The Moon”

terça-feira, dezembro 02, 2008

Llanuras y montañas

Estou de volta! Depois de dias ciganando pelas planícies do "cone sur", cá estou de novo nas minhas montanhas.
Da viagem anterior, ainda devo comentários sobre o show do R.E.M. E ele merece ser comentado! Logo, logo os faço aqui.
Também falarei da viagem... há muito o que contar, falar, comentar, pensar. Muitas fotos legais também pra publicar. Deixa organizar tudo - principalmente os pensamentos, que escrevo sobre o que vi, comi, aprendi, colhi, pensei, decidi, ouvi, cansei, sofri, alegrei, ri, vivi...

quarta-feira, novembro 12, 2008

Fuerza Bruta

Comprei o ingresso só às vésperas da viagem. Fiquei em dúvida se ia ou não, porque ia ficar muita cansada com shows nas três noites. A curiosidade venceu e, felizmente, comprei e fui.

Uma apresentação muito diferente e muito interessante. Uma das coisas mais legais que já vi. Tá no nível do Cirque de Soleil e do Blue Man Group essa companhia argentina De La Guarda.

Não sei bem como descrever o espetáculo... não é teatro, nem dança, nem circo, nem show, nem rave... e é tudo isso junto.

Montaram uma estrutura bacanérrima de tendas no Parque Villa Lobos. O acesso é por uma tenda onde ficam o bar, um sushi-bar, uma pizzaria, alojinha com merchandise do espetáculo, além de uns pufes espalhados pelo espaço, feitos com pneus e mangueiras de água. No bar, belas barwomen fazendo acrobacias para preparar os drinks e belos vendedores com quem se podia adiquirir os tickets do bar. Numa tenda anexa, um lounge com mais pufes e um dj. Na área externa que separa essas tendas da tenda do espetáculo, uns mini-jardins, bancos, pufes e os banheiros. Era uma espécie de mini-balada, todos esses ambientes.
Depois de aberta a tenda do espetáculo, continuou rolando música eletrônica e parecia uma boate. Não curto música eletrônica, mas tinha tudo a ver com o evento.
Fechadas as portas, teve início o espetáculo. De início o staff fez a galera se afastar abrindo um corredor para alocar a esteira que compunha a primeira cenografia. À partir de então, em cada fase do espetáculo, o público era levado a se deslocar e a cenografia ia mudando não só de cara, mas de lugar. Ocupou algumas áreas do chão, uma espécie de palco numa das pontas da tenda, as paredes, o teto... e durante todo o espetáculo, um dj comandava a trilha de uma cabine instalada no alto, numa das paredes da tenda.
Os atores e atrizes, além de belíssimos e competentes em performances sensacionais, interagiram muito com o público e terminaram o espetáculo pulando muito, ao som de uma batida animadíssima, no meio da galera, enquanto éramos banhados por uma chuva artificial, numa cena que lembra aquela rave em Zyon, no Matrix. Um momento em que todo mundo se soltou numa catarse coletiva.
Quem estiver em SP e ainda não viu o show, tem só até o dia 16. Posso dizer que é imperdível e vale um esforço pra ir ver e participar.

Pára um pouquinho, descansa um pouquinho.

Foram apenas três dias em Sampa, mas tanta coisa vista e feita! A maratona de shows e eventos renderia muitos posts. Há muito o que comentar de cada evento, cada banda, cada lugar. Só que não tenho tempo pra escrever sobre tudo devidamente, e vou poupá-los dos detalhes e opiniões aprofundadas. Tentarei fazer um resumão estilo "intensivo para o vestibular" em três volumes, um para cada evento, ok?

Vamos lá:

Sábado - Planeta Terra Festival

Primeira coisa a ser comentada é a organização sensacional do evento. Nada de superlotação, nada de filas, atendimento bom e educado desde a entrada, nos bares, nas lanchonetes...
Um lugar MUITO legal, grande e super bem aproveitado. Bares imensos espalhados por todos os ambientes. Tudo muito bem sinalizado, pontualidade impecável tanto no main stage, quanto no indie stage. Não estive no lounge nem onde rolaram os djs, mas nas áreas de show e redondezas, tudo impecável. Não se via um copo ou garrafa no chão, pois havia um pessoal recolhendo o lixo o tempo todo, além de muitas lixeiras espalhadas por toda a vila.
Muitos e muitos banheiros químicos em imensos galpões separados em masculino e feminino, com papel em todos e folhas de pinho cobrindo chão, garantindo um aroma agradável em toda a área de banheiros. De novo, nada de filas.
Preço bem razoável tanto dos ingressos quanto das comidas e bebidas no evento. É um festival pra ir sempre. A organização é primorosa e admirável e o line up foi bem legal. Nunca fui em nada parecido aqui no Brasil. De impressionar!

Agora os shows: cheguei mais tarde um pouco, já que não tenho mais idade pra um evento de 10 horas, né? Cheguei às 20:30 e pulei os shows da Malu Magalhães, Vanguart, Brothers of Brazil e Curumin. Também não assisti Animal Collective, Foals, Offspring e Bloc Party, porque rolaram enquanto eu estava em outro palco.

Eu vi Jesus!

O primeiro show que assisti foi Jesus and Mary Chain. Show bacana, embora meio paradinho. O som dos caras é bem legal e foi bom vê-los ao vivo. Sempre que escuto, me pergunto porque não baixo e escuto mais a banda.

Yes, there is spoon!

Outro show bacana foi o do Spoon. Muito divertido e animado. Com mais fãs do que eu poderia imaginar. Deu pra aquecer com uns pulos e empolgação. Outra banda pra baixar e conhecer melhor...

Será cachaça?

A princípio, o susto ao ver a aparência da Kim Deal. Não dá pra saber se é gordura ou inchaço. Mas é um show com garantia de ser bom, né? O vocal delas é muito bom, o baixo, apesar de não ser da Kim, lembra o do Pixies. Delícia de show. Pra ver mais vezes e sempre se divertir.

A great, great riot!

O show do Kaiser Chiefs, o mais esperado, foi sensacional. A banda e, sobretudo o vocalista, é muito animada. Empolgaram a galera, que pulou e cantou o show inteirinho. É uma banda que só tem 3 álbuns, mas já é cheia de sucessos. Músicas dançantes e boas pra esgoelar. O cara bem que tentou ler umas anotações em português, mas tudo o que entendemos foi um "ili i heroi"... deu pra deduzir o sentido, o que foi suficiente pra ele ficar feliz e arriscar outras frases que ninguém entendeu, mas todo mundo gritou, garantido a euforia do público e da banda, que parece ter se divertido MUITO no palco. Uma pena foi o som meio baixo. Eu acho que a culpa foi do Offspring, que sempre detona o som dos palcos por onde passa, esse raio de banda dos infernos, que não tinha nada a ver com o festival e o resto do line up. Só o Kaiser Chiefs e toda a sua empolgação já valeria a noite!

Uma única sugestão: criar uma estrutura de transporte, já que o lugar é longe pra capeta e de difícil acesso.

terça-feira, novembro 04, 2008

As 5 pessoas que mais odeio

Embora seja uma ótima pessoa, de coração enorme, nutro ódio por algumas pessoas. Sempre merecidamente.
Aqui vai o top 5 atual, em ordem decrescente:

1 - Timo Glock
2 - George W. Bush
3 - FHC
4 - Zezé Perrella
5 - Marcos Frota

terça-feira, outubro 28, 2008

Absurdo?! Será?

Você já pensou que podemos chegar num ponto tal que, pra manter a sanidade, PRECISAREMOS entrar voluntaria e conscientemente numa espécie de Matrix de vez em quando?! Que a realidade pode ser tão difícil que se fará necessário um mundo virtual que seja por um breve espaço de tempo?
Bem... eu tendo a achar que não será pra tanto. Mas às vezes tenho fé demais nas pessoas.

A animação é bonitinha... e a música bem agradável!


PS- A pedidos, passarei a identificar os vídeos (Ok, Hildo, seu chaaato!): Música - Respire; Intéprete: Mickey3D.

sexta-feira, outubro 24, 2008

No way situation

Tirei meu título eleitoral aos 16 anos. Pra isso, enfrentei uma fila de quase quatro horas, já que ansiava por "exercer plenamente minha cidadania". Na ocasião, esperava que meu voto ajudasse a eleger Lula presidente. Não foi o que aconteceu. Nem em 94, nem em 98.
Nesses catorze anos, minha crença e esperança na democracia diminuíram bastante. Já há algum tempo não voto com muito entusiasmo. Em algumas das últimas eleições, adotei o voto nulo em certas ocasiões sem nenhuma culpa. Se achava que nenhum dos candidatos merecia meu voto, anulava. Foi assim na disputa entre Newton Cardoso e Eliseu Resende por uma vaga no Senado, por exemplo.
Em nenhuma eleição anterior, desde 94, tive dúvidas ou indecisões - ou tinha um candidato, ou anularia meu voto. Hoje, pela primeira vez, me vejo totalmente perdida. Às vésperas do segundo turno das eleições para prefeito, não tenho a menor idéia do que fazer. Não é como anular o voto para senador, sabendo que o candidato vencedor terá vários companheiros em suas ações, deverá buscar aliados e enfrentar a oposição e que, sozinho, nada é capaz de fazer.
Com prefeito é diferente. Ele sozinho também pode pouco. Quase nada. Mas tem prerrogativas que lhes são exclusivas. Tem poder de ação muito mais amplo que um senador, um deputado, um vereador. É muito diferente quando se trata do poder executivo. Me parece quase inadimissível anular o voto nesse caso.
No entanto, não anular o voto, significa votar em uma das duas opções. Se é que podemos chamar os atuais candidatos de opções. À princípio, minha idéia é votar em Márcio Lacerda, numa tentativa de ajudar a impedir uma vitória de Leonardo Quintão. Mas e depois... como dormirei sabendo que ajudei a eleger Márcio Lacerda prefeito da cidade?
O futuro de BH parece muito negro. Pelo menos pelos próximos 4 anos. Teremos um prefeito que esteve envolvido em esquemas de caixa dois, desvio de verba, apropriação indébita... ou teremos um prefeito que, embora se esforce pra parecer humilde e nada arrogante, em muito lembra o Fernando Collor de 89, com pose de bom moço, cabelo impecável, discurso sedutor e vazio - embora com bom uso de palavras simples, que atingem o eleitor menos inclinado a pensar e interpretar.
Leonardo Quintão é, seguramente, uma opção muito pior. É pastor. As igrejas evangélicas parecem desprezar a idéia de separação dos poderes do estado e da igreja e insistem em lançar candidatos felizes em professar sua fé. Leonardo Quintão é filho de Sebastião Quintão, cuja ficha inclui inúmeros processos no Ministério do Trabalho, denúncias de nepotismo, sonegação... e por aí vai.
Márcio Lacerda tem dívidas que se nega a pagar. Inclusive com a prefeitura de Belo Horizonte. Esteve envolvido com nomes como Marcos Valério, Saulo Coelho. É desconhecido do público e teve um ganho de pontos percentuais nas pesquisas de intenção de voto, depois de ter apoio declarado do governador Aécio Neves - o que não é um bom preditivo, não e mesmo?
Enfim, estamos num mato sem cachorro, os belorizontinos. Só me resta esperar que uma epidemia de lucidez atinja os eleitores da cidade. Ao contrário do país imaginário de Saramago, um dos dois ainda seria eleito, já que só são considerados os votos válidos. Mas seria eleito com muito menos propriedade e credibilidade. Ter um desses dois governando com a corda no pescoço, é ainda melhor do que ter um desses dois simplesmente governando.

terça-feira, outubro 21, 2008

De aves canoras e canções de menina

Não é nova essa canção. Não é sequer do último álbum da banda. Mas, como não gosto de Oasis, só a conheci recentemente, quando meu irmão me fez escutá-la.
Apesar de não curtir os irmãos Gallagher, eles acertaram a mão nessa bela música. Tão bonitinha... tão de menina. Muito boa de ouvir, né?
Tenho escutado bastante!

segunda-feira, outubro 20, 2008

Você fez alguma gentileza hoje?


Não sou uma pessoa que acredita em muitas coisas. Digo, não tenho fé em muitas coisas além das pessoas, da filosofia e das ciências. Sejam elas naturais, exatas, sociais ou humanas. Sobretudo as duas últimas.
Não sou religiosa, nem mística, nem hippie, nem fundamentalista, nem punk. Sou psicanalista.
Ah... e menina!
Mas, como disse, acredito nas pessoas e, portanto, no comportamento humano e seus efeitos sobre a vida do indivíduo, da comunidade, da sociedade, da humanidade, do mundo.
O que quero dizer com isso é que tudo o que nos acontece, de bom e de ruim, é senão responsabilidade nossa. Seja em nossa vida privada, social, na cidade ou na humanidade como um todo. Se o mundo está ruim e difícil, a culpa é do presidente Lula, do George W. Bush, do Ronaldinho, do Pimentel, da Amy Winehouse, e minha, e sua.
Estamos vivendo num mundo sem tolerância, sem gentileza. Onde quase ninguém se importa com o outro. Quase ninguém se importa em usar (desculpa, não há palavra melhor) um idoso para não enfrentar uma fila, ou pedir ao amigo motoboy que já tem 58 contas na mão, pra "quebrar o galho" de pagar só mais 27 porque tá com pressa.
Não precisa ser muito filosófico e ficar analisando as relações humanas de poder, de amizade, familiares, de amor. É sobretudo com relação a estranhos que o egoísmo e a maldade humana se manifestam. Em pequenezas do nosso cotidiano. Como no trânsito.
Preste atenção no seu caminho para o trabalho, logo cedo, quantas buzinas e xingamentos você escuta entre pessoas que nunca se viram. Qualquer vacilo é interpretado como uma legítima ação de agressão contra o apressado motorista que, por casualidade, passava por perto. Não se leva em consideração que às vezes, a pessoa não queria levar nenhuma vantagem e ganhar preciosos segundos ao mudar de fila. Que, às vezes, as pessoas erram. Não é o meu caso, é claro, porque vocês sabem: "I'm an excellent driver.(...) Dad lets me drive slow on the driveway every Saturday. (...) But not on Monday, definitely not on Monday." Mas tem gente que comete falhas na direção. Simples assim.
Com essa crescente hostilidade entre as pessoas, desde uma briga no trânsito, passando pelos péssimos atendimentos nos serviços de telemarketing ou nas lojas, até na vida amorosa de muitos casais, não há como encontrarmos o tão aclamado "equilíbrio" de que tanto se fala e que tanto se exige que devemos atingir.
Diz-se tanto que o mundo está louco... e é justamente de um louco, que vem uma das melhores mensagens que se proferiu nas últimas décadas. Uma mensagem simples, direta e muito fácil de ser seguida, mas que tem ficado cada vez mais distante de nossas vidas: Gentileza gera gentileza.
Era o que pregava por aí José Datrino, o Profeta Gentileza - o "amansador de burros homens da cidade que não tinham esclarecimento", como ele próprio se definia, numa demonstração de inquestionável lucidez.
Não só acredito nessa mensagem, como tento aplicá-la em minha vida. Tenho me esforçado cada vez mais pra não ser mais uma pessoa que tem vontade de matar o cara que me fecha no trânsito, de xingar a fofa do telemarketing que "não vai estar podendo estar esclarecendo" minha dúvida. Tento tornar minha vida mais agradável, tranquila e satisfatória com atitudes simples como esperar um pedestre atravessar a rua - mesmo depois que o sinal abrir, oferecer minha sala de espera à senhora que aguarda seu médico extremamente (e previsivelmente) atrasado, levando um chocolate pra moça que faz as minhas unhas, presenteando os amigos sem motivo senão a vontade de presentear.
Essas coisas pra mim são naturais, não exigem esforço, não apresentam dificuldade. É estranho perceber que tais atitudes surpreendem as pessoas e as fazem ficar realmente agradecidas, como se eu estivesse fazendo um favor. Imaginem só, se coisas pequenas como um "boa noite" ao porteiro do prédio ainda fossem uma regra de boa educação e não um sinal de bondade!
É triste perceber que desejar tolerância e gentileza é uma idéia utópica. E que a "cegueira" humana não nos tem permitido ver que mudar o mundo é fácil. A idéia vem sendo pregada há tanto tempo, seja sob a forma de uma religião (Amar o próximo), de um movimento social e cultural (All you need is love) ou da loucura de indivíduos como o José Agradecido - o Profeta Gentileza.
A vida fica muito melhor com esses bons sentimentos. Espero que você também tente e possa sentir a tranquilidade que ser bom, gentil e delicado com qualquer pessoa, pode trazer à sua realidade.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Serenata inusitada

Ontem entrei numa loja de chocolates perto do consultório, com o intuito de comprar chocolate com pimenta pra experimentar - e é bem interessante, diga-se!

Enquanto estava lá dentro, notei um taxista que sacava uma clarineta de dentro do porta-malas e começava a montá-la. Eu ainda pagava pelo chocolate quando ele tocou algumas notas.

Quando saí da loja, o fofo começou a me perseguir tocando uma música. Tentei fingir não perceber, achando que logo ele desistiria. Ele continuou atrás de mim pela Domingos Vieira... parei, esperei a música terminar, agradeci e segui meu caminho para o consultório, com a melodia conhecida na cabeça. Pelo menos parte dela. Logo associei a melodia a um verso e, pra minha surpresa, era uma canção que adoro do R.E.M., chamada "All the right friends", que é trilha do Vanilla Sky. É claro que ele podia estar tocando Kenny G ou algo que o valha, mas como algumas notas me lembraram os versos de Michael Stipe (I know you say, maybe some day), vou fechar em R.E.M. mesmo.

Outro esclarecimento necessário: os únicos instrumentos de sopro que eu reconheço são flauta, sax e claro, tuba. Todo mundo reconhece a tuba. O resto é tudo clarineta. Portanto, não sei especificar o instrumento que o taxista tocou enquanto me perseguia. Vou fechar em clarineta.

Assim sendo, ontem fui perseguida pela rua por um taxista tocando R.E.M. pra mim na clarineta! Cool, huh?!

segunda-feira, outubro 13, 2008

Pra prestar atenção!

Essa fofa aí tá fazendo sucesso com o hit "Mercy", que é um pop bem legal. Mas vale a pena escutar todo o álbum de estréia da Duffy, intitulado "Rocferry". Não é exatamente inovador ou surpreendente, mas de bom gosto. E ela tem uma voz muito gostosa, diferente do que temos escutado por aí que tem parecido sempre muito igual.
Vale prestar atenção e acompanhar o trabalho da menina!

quinta-feira, outubro 02, 2008

Tickets comprados!

Já estão adquiridos os tickets para o Planeta Terra Festival, que ocorrerá no dia 08/11 em São Paulo, onde já fico para o show do R.E.M. que será no dia 10/11, cujos ingressos também já foram providenciados.

Um rombo no orçamento que provavelmente me privará de ir ao GP Brasil, assim como ao espetáculo Fuerza Bruta, que fica em Sampa só até 12/10.

Mas fiquei uns 80% mais feliz só com a aquisição dos ingressos! Agora é esperar o doce Novembro...

quinta-feira, setembro 25, 2008

Chiclete

Weezer tem várias músicas que grudam na cabeça. A banda tem o dom de fazer canções assim. E "Troublemaker" é o hit grudento do último álbum - "The red album".
A música é muito legal, dançante e ainda tem um clipe super bacana, coisa que o Weezer também sabe fazer muito bem!
Enjoy... e passem as próximas horas repetindo o refrão over and over, hehehe.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Bons eventos

Este fim de ano vai ser culturalmente agitadíssimo! Tem muita coisa legal pra acontecer... vejam:

- De hoje a 12/10 acontece, em São Paulo, o espetáculo "Fuerza Bruta". É um espetáculo diferente, muito sensorial, que mistura teatro, circo, dança, artes plásticas, música eletrônica e faz do público um dos protagonistas. Parece ser, de fato, uma experiência única! Entre aqui e leia o release. É bem tentador.

- Dia 02/11 tem o GP Brasil. Mais uma vez a final do campeonato acontece em São Paulo e, ao que tudo indica, é onde o título será definido. Seguramente será emocionante e bem legal ver o duelo Massa x Hamilton na disputa pelo título.

- Dia 08/11 tem o Planeta Terra Festival. 10 horas de evento com shows sensacionais das bandas Kaiser Chiefs e Breeders. E outras bandas legais como Offspring, Bloc Party, Spoon, entre outras. E pra quem curte música eletrônica, ainda haverá a apresentação de 4 DJ's.

- Dia 06/11 te REM em Porto Alegre, dia 08 no Rio e dias 10 e 11 em Sampa. Também imperdível, não? Tour do álbum "Accelerate", que tá muito bom!

Pra quem é da Psicanálise, tem ainda o XVII Encontro Brasileiro do Campo Freudiano de 21 a 23/11 no Rio. É onde pretendo comemorar meu aniversário, que é no dia 22.

Isso só pra mencionar os que me interessam! Porque ainda tem o TIM Festival, o Skol Beats e, claro, show da Madonna!

Preparem o bolso e as milhas...

quarta-feira, setembro 17, 2008

Vinícius, por ele mesmo

Um belo poema pro final da semana ficar mais bonito!

Um dos meus favoritos...

terça-feira, setembro 16, 2008

Sobre a cegueira e sobre o Abba

Tive duas experiências bem diferentes no cinema nos últimos dias: "Blindness" e "Mamma Mia".
O primeiro filme, baseado no livro do Saramago que, como já mencionei aqui em post anterior, é meu escritor favorito.
Temia que o filme perdesse muito em relação ao livro, já que "Ensaio sobre a cegueira" é uma obra prima, quase um tratado de filosofia em forma de literatura. Imaginava que seria impossível transpor tanta tensão, terror, realidade e até mesmo - por mais que pareça contraditório - beleza para as telas.
A verdade é que o filme consegue sim captar a mostrar a essência do livro. Faz a gente sentir a angústia, o desespero, o nó no estômago ao ver até onde as pessoas podem chegar. É um chute no baço atrás do outro.
Nem de longe dá as sensações do livro. Mas aí não sei se é uma questão minha... sou sempre capturada com mais facilidade pela literatura e, pra mim, a experiência literária é mais inebriante. O apoio visual do cinema, tem o efeito de esvaziar um pouco de sentido as histórias. Não digo que seja pior. Mas o fato é que dificilmente um filme vai me fazer sentir como um livro, quando contam a mesma história.
Acredito que a experiência no cinema, pra quem não leu o livro, seja mais intensa. Até mesmo porque a pessoa pode se surpreender.

Agora o "Mamma Mia". Vocês vão dizer que sou uma chata. E talvez seja mesmo. Mas, embora o filme seja muito divertido e dê vontade de dançar o tempo todo, não é tão legal quanto ver o musical no teatro. Até porque, você parece menos louco no teatro, se canta e dança junto, pois há interação com os atores.
Mas isso não diminui em nada a diversão. Ver uma atriz do naipe da Meryl Strip, ou um ator como o Pierce Brosnan totalmente desprendidos de senso de ridículo, dançando e cantando Abba, é algo impagável.
Todo mundo nega, mas todo mundo curte Abba. Se você for ao cinema, também vai cantar junto quase todas as músicas.
A história em sim, embora boba, também é divertida. E tem que se segurar pra não sair da sala dançando pela rua...

terça-feira, setembro 02, 2008

Ele morreu!

Com apenas 68 anos, morreu Don "A Voz" Lafontaine. Já faz parte do nosso imaginário essa voz, não? Vai ser chato não ouví-lo mais.
Alguns nomes que ficavam deliciosos e impagáveis em sua voz. Como "Alicia Silverstone" ou "Jennifer Lopez". Tinha um jeito peculiar de falar com sua voz grave, acentuando algumas sílabas...
Vou sentir saudade "da voz"!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Música para ouvir... e ver.


A coisa mais comum de ouvir de um belorizontino: BH não tem nada pra fazer!
Aliás, minto. A coisa mais comum de ouvir é que BH é uma roça. Que a cidade não tem nada pra fazer, é a segunda coisa que mais se ouve por aqui.
Pois bem, sem me esforçar muito, cito alguns eventos regulares anuais ou bienais: Festival Internacional de Teatro de Palco e Rua - FIT, Festival Internacional de Teatro de Bonecos, Festival Internacional de Dança - FID, Festival Mundial de Circo do Brasil, Mostra de Cinema Independente, Indie - Festival Internacional de Cinema, Festival Internacional de Curtas, Fetival Internacional de Quadrinhos, Feira do Livro, Bienal do Livro, Festival Internacional de Jazz, Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, Primeiro Campeonato Mineiro de Surf, Comida di Buteco, Brasil Sabor, Pop Rock Brasil (aaargh), Axé Brasil (aaaarrrrrgh)...
E ainda, mais dois eventos que se iniciam nos próximos dias, ambos de música, para diferentes gostos: o Eletronika e a Festa da Música.
Confiram aqui a reportagem sobre o Eletronika e aqui sobre a Festa da Música, ambas no Divirta-se.
Então, pára de reclamar e mexa esse traseiro gordo! Fica em casa quem quer. As opções são boas e algumas até gratuitas. Nem a falta de grana é desculpa, só a falta de vontade mesmo.

domingo, agosto 24, 2008

Te quiero sur...

A cada viagem à vizinha Argentina, descubro novas e boas surpresas. Dessa vez foram duas: os municípios de San Isidro e Tigre.
O primeiro é uma pequena cidade que guarda enorme semelhança com Carmel, na Califórnia. Super charmosa, bem cuidada. E como se não bastasse ser linda e agradável, ainda tem uma rua cheia de árvores de bergamota! É um lugar pra se viver, definitivamente.
Fica pertinho de Buenos Aires, acessível pela rodovia e pela ferrovia, no Tren de la Costa. O caminho vai margeando o rio e tem uma bela vista. O trem não tem funcionado devido a diversas greves. De qualquer maneira, a rodovia faz o mesmo percurso e é muito bem conservada.

Já no município de Tigre, encontra-se um mercado enorme, a céu aberto, muito interessante. O Mercado de Frutas de Tigre, oferece ótimas opções gastronômicas com barracas de guloseimas típicas.
O ponto alto de Tigre, no entanto, é o passeio de barco pelo Delta. Um conjunto de canais, encontros de rios e ilhas, com uma paisagem deslumbrante, belas casas de palafita, um parque de diversões muito semelhante ao Hopi Hari, um palácio que abriga um museu, um cassino... tudo às margens dos rios e canais. Ali, o meio de transporte é o barco. Há barcos coletivos, táxis, até serviço de delivery. Um lugar que deve ser ainda mais sensacional para passar o verão. A apenas 30 minutos da capital.

De Buenos Aires propriamente, não há muito mais o que falar. A cidade é apaixonante. Impossível cansar-se de lá. Há sempre o que fazer. Além, é claro, dos programas obrigatórios, como visitar os belos bosques do Palermo.





Uma caminhada pela Alvear, após um saboroso e aprazível almoço na Recoleta, ainda reserva surpresas como estas: uma Ferrari no posto de gasolina. Não é coisa que se vê todo dia.

Ai... quero morar em Buenos Aires! Os prós são tantos e é tão pertinho, né? Hehehe.

sábado, agosto 16, 2008

Eles estão possuídos!

Essa música é MUITO boa, né? Dançá-la pode ser bem catártico.
Me desculpem os aficionados pelo Foo Fighters, mas eu prefiro o Dave Grohl baterista. Reparem em suas longas madeixas... ao menos nisso eu admito: ele melhorou!

quinta-feira, agosto 14, 2008

Llevo el sur, como un destino del corazón


Amanhã estarei de volta a Buenos Aires.
Não consigo me cansar da capital porteña. Não vejo a hora de passear pelos jardins de Palermo, pelas avenidas cosmopolitas, comer empanadas e alfajores... sem mencionar a agitada e estendida noite.
Mas terça-feira estou de volta e, espero, com idéias para novos posts.

Até lá!

terça-feira, agosto 12, 2008

Há tesouros nas escavações pela world wide web.


Descobri há um tempo, super por acaso, um filme chamado "The man from Earth". Não há título em português, pois o filme não chegou ao Brasil.
Desde que comecei a ler comentários sobre ele, fiquei bem interessada. Havia muitos preditivos de que era bom: escrito por Jerome Bixby, autor de episódios de "Star Trek" e "The Twilight Zone", e ainda algumas pessoas que o comentavam, o associavam a outros como "Donnie Darko" e "K-Pax", filmes dos quais gosto bastante.
Logo baixei o filme (legendas em português também são facilmente encontradas) e o assisti. Realmente é tão interessante quanto pareceu quando li os comentários pela web.
Não há nenhuma produção, o cenário é praticamente um só, mas tem um roteiro que sustenta o filme. Mesmo. É intrigante, cheio de referências legais, faz uma passada por quase toda a história da humanidade, mistura ficção científica, história, um pouquinho de suspense... e deixa aquela "pulga atrás da orelha" como em "Efeito Borboleta" e "K-Pax".
Tem um elenco essencialmente de atores de tv, que encarnam muito bem os professores universitários doutores nas mais diversas áreas de conhecimento relacionadas ao homem - Sociologia, Psicologia, História, Biologia, Teologia, que discutem com interessantes argumentos a história contada por John Oldman, o protagonista, que está no mundo há mais de 14000 anos e que alega ter presenciado fascinantes momentos e ter conhecido ou encarnado importantes personagens da História.
A história que John conta a seus amigos, acaba sendo um teste de seus conhecimentos e, sobretudo, de sua fé. Seja a fé religiosa, seja a fé na ciência, seja na fé nos próprios conhecimentos, no próprio ego.
É bom encontrar filmes assim, feitos apenas para agradar o cérebro e não os sentidos. O que eu pensava que poderia ser meio chato ou entediante, acabou sendo hora e meia de exercício mental extremamente estimulante.
Não há ali os grandes questionamentos que um texto escrito pode proporcionar, mas tem o máximo que aquela linguagem permite. Poucos filmes chegam tão próximo de extrapolar os limites que tal mídia impõe.


terça-feira, agosto 05, 2008

A joke, by The Joker


Só ontem fui ver "Batman - o cavaleiro das trevas". É o melhor dos filmes do Batman. Um roteiro primoroso, à altura dos melhores quadrinhos já escritos sobre um dos super-heróis mais humanos das HQs, cheio de contradições, sem super poderes.
O filme é suficientemente sombrio e retrata bem os conflitos psíquicos pelos quais o Sr. Wayne passa. E também dá bastante crédito ao Coringa que, desta vez, é um co-protagonista e não só mais um coadjuvante.
A forma como são retratados um dos meus heróis favoritos e meu vilão favorito, dá ação e conteúdo ao filme. Não é só um roteiro inteligente e não é só um show de efeitos e pirotecnia. Prima pelas duas coisas.
O Coringa tá sensacional! Mil vezes melhor até mesmo que o Coringa de Jack Nicholson. E olha que este último teve a direção do Tim Burton quando interpretou o papel. A morte desse Heath Ledger foi de fato uma grande perda para o cinema.
Christopher Nolan já havia chamado minha atenção desde "Amnésia". "Batman begins" mostrou o quanto ele era bom de verdade e agora, com esse último, ele já figura entre meus preferidos.

Pra quem também é fã do Batman e do Coringa, vai uma piadinha:

Dois loucos resolveram fugir do hospício. Subiram até a cobertura do asilo e avistaram o topo de um outro prédio. Um deles pulou e conseguiu alcançar o outro edifício, mas o segundo teve medo de não ter sucesso e cair. Então o primeiro disse: - Façamos assim: vou acender minha lanterna e assim você pode atravessar pelo faixo de luz até aqui. E o outro responde: - De jeito nenhum! Você pensa que sou louco? E se você apagar a lanterna enquanto eu atravesso?


Se você sacou - a referência, claro, porque a piada é óbvia - você acaba de ganhar muitos pontos de estilo. Rá!

segunda-feira, agosto 04, 2008

Matê

Há dias estou brigando com o Youtube, tentando postar um vídeo aqui. Trata-se de um trecho do filme "Mais estranho que a ficção", em que o protagonista canta "Whole wide world". Desisto. Vou postar aqui só o texto que acompanharia o vídeo e, quem tiver interesse, é só fazer uma busca pelo nome da música lá no Youtube. Creio que é o primeiro da lista.

Vai aí meu texto:

Quem ainda não viu "Mais estranho que a ficção" deve fazê-lo o quanto antes. Não foi muito badalado, divulgado, comentado. Vi meio por acaso e foi uma grata surpresa! História bem construída, com uso interessante e surpreendente de metalinguagem. O que é sempre um risco, mas que deu muito certo. O ritmo é meio lento, mas prende. É comovente sem ser piegas. Tem um humor leve, que não faz rir histericamente, sabe? Daqueles que provoca um riso acompanhado de certo incômodo - de quando a gente ri pra não pensar muito.
A trilha também tem coisas gostosas de ouvir, como a singela "Whole wide world" do Wreckless Eric, executada aí no vídeo. Vale também assistir a versão do Proclaimers, que é bem boa.

terça-feira, julho 22, 2008

Now I see

O Dudu sempre me dizia que, se pudesse escolher um super-poder, seria ficar azul e brilhar. Isso me preocupava, porque eu achava bem gay. E as amizades dele com Lúcio e Goiano não são bons precedentes.
Mas agora eu entendo. Vejam se esse aí não é o super-herói mais legal DO MUNDO! Quiçá do universo!
E pensar que ainda falta um ano para a estréia...
Dr. Manhattan Rules!!!

Momento zen budista


Fui passar uns dias em São Paulo com minhas duas afilhadas e minha sobrinha. O roteiro incluiu city tour, 25 de março, Santa Ifigênia e... Hopi Hari!
Isso mesmo. Eu, que odeio parques, não só passei 10 horas em um, como andei de montanha-russa pra fazer companhia a uma das meninas que queria muito ir. Vocês conseguem me imaginar despencando de 42 metros?
Elas se divertiram muito! E isso foi suficiente pra me deixar contente e até curtir o dia que, aliás, tava belíssimo, com um céu super azul e uma noite de lua cheia bem bacana também!
Espero que a experiência tenha iluminado ainda mais a minha alma.
Ano que vem as levo pro Rio. Porque eu também mereço diversão, né?

terça-feira, julho 15, 2008

Folie à deux

Hoje, como acontece todos os dias, fiquei fazendo hora na cama mesmo depois que tocou o alarme. Então, como acontece todo dia, tive de me arrumar correndo para não ter que comer correndo e para chegar no consultório um pouco antes do primeiro paciente.
E, como acontece todo dia, tive de apressar o Dudu pra levantar. Mas, como raramente acontece, ele respondeu e abriu os olhos logo de cara e me disse:

- Eu tive um sonho muito estranho. Sem sentido nenhum.

E eu (sem surpresa nenhuma com a declaração): - Ah, é?! O que você sonhou?

E ele: - Eu sonhei que eu mantinha um relacionamento estável com a Daniela Cicarelli...

(Aqui eu precisei de alguns segundos pra me recuperar da crise de riso)

- ... e nós apresentávamos juntos um programa na MTV. E a gente tava apresentando de um zepelin. Pra entrar no zepelin, tinha um buraco embaixo dele. Era de noite, e quando a gente tava lá no alto, apresentando o programa, a Daniela caiu do buraco. Eu fiquei numa situação difícil, sem ter o que fazer. Quando chegamos ao destino do zepelin, eu queria voltar pra procurar a minha esposa, mas o cara que dirigia o zepelin não quis.

- Mas você não ia conseguir achar muita coisa, né?

- Ela caiu de uma altura de uns mil metros.

- Pois é... não tava bonito, não.

- De repente, a Daniela apereceu inteirassa. E ela ficou muito brava porque eu não voltei pra procurá-la!

- E ela continuou sendo sua esposa?

- Sim. Aí nós fomos procurados por uma seguradora, pra fazer propaganda pra eles.

- Então faz o maior sentido seu sonho. Uma história com princípio, meio e fim.

E com esse diálogo e esse relato começou o meu dia. E não pensem que isso é algo fora do comum em minha vida. Todos os meus dias começam com alguma esquisitice e com diálogos bizarros. E em geral terminam assim também.

sexta-feira, julho 11, 2008

Grudou na minha cabeça

Essa é a música que não sai da minha cabeça nesta semana.
A culpa é de Astree, claro!
Há tempos não escutava... é bem boa, né?!

sexta-feira, julho 04, 2008

Blasfêmia

Leio no Terra: ""Me sinto incompreendido como Van Gogh", diz Bruno Gagliasso".

Tomara que ele resolva cortar a língua ao invés da orelha!

segunda-feira, junho 30, 2008

Coisas que vêm do sovaco

Existem muitas expressões estranhas na língua portuguesa que, apesar de usarmos frequentemente, não sabemos a origem. Expressões tais como "do balocobaco", "tirar água do joelho", "com o *# virado pra lua", e ainda outras que parecem ter sido tiradas do sovaco - mais especificamente de algumas pessoas do sul do país, como "mentir para os presos", "mentir pra se enturmar".
Taí... "tirar do sovaco". Por ter muitos amigos criativos, e por ser eu mesma relativamente criativa, é uma expressão que uso muitíssimo e não sabia a origem. Pesquisei e conto aqui para vocês.
A expressão remonta dos jogos de adivinha comumente jogados entre mestres e alunos da Grécia Antiga. O mestre propunha um enigma a vários alunos e escrevia duas respostas, uma era a correta e a segunda inventada pelo mestre. Ele guardava as respostas, cada uma embaixo de uma de suas axilas.
Cada aluno então, inventava sua própria resposta e todas elas eram lidas em voz alta por um auxiliar. O mestre devia aplaudir as que considerasse mais interessantes e, por isso, suas duas respostas estavam sob as axilas, para que tivesse as mãos livres.
Todos votavam naquela que lhes parecia a melhor e mais criativa. Os autores das duas resposta mais votadas, passavam então à final, tornando-se assim, discípulos preferidos do mestre. E todo mundo sabe o que isso significava na Grécia Antiga, né?
Enfim, o mestre tirava as duas respostas de seu sovaco e as lia para os alunos finalistas, que deviam escolher a que lhes parecesse mais correta. O que escolhesse a verdadeira resposta, era o vencedor. Mas é claro que o que escolhia a resposta do mestre, ganhava sua simpatia e outras coisinhas mais.
Por ser um jogo que, além de acrescentar conhecimento, também estimulava a criatividade, tirar algo do sovaco tornou-se sinônimo de criar respostas interessantes, embasadas mais na criatividade do que na realidade ou na verdade.
Interessante como isso perdurou, não?
Mas há também uma segunda versão, que diz que a expressão originou-se no Norte de Minas, nas redondezas de Montes Claros. Onde havia uma mulher supostamente milagreira, conhecida pelos locais como Santa Carolina da Abadia. Diz-se que essa mulher tinha um sovaco milagroso, capaz de curar, de solucionar problemas e de trazer o homem amado àquelas que há muito o esperavam. Quando ela abria os braços e expunha suas axilas, dali emanava um poder que atingia a todos os que estavam por perto, trazendo-lhes as graças desejadas.

Dia desses eu conto pra vocês minhas teorias sobre a transmissão genética da capacidade de sovacar coisas!

quinta-feira, junho 26, 2008

What is time, anyway?!

Esse vídeo é demais! Tem um Beatle (o melhor, na minha opinião) fazendo esquisitices - o que tem sido habitual em seus vídeos, não?
E ainda tem coreografias...
A letra é bem boa e a música muito divertida e dançandinha.
Tô curtindo muito o último álbum de Sir Paul.

quarta-feira, junho 25, 2008

Bergamota's Day


Aos 24 (vinte e quatro) dias de junho de 2008 no bar La Tosqueria, localizado no município de Belo Horizonte, reuniram-se as Sras. Fêfa, Laurinha e Potty, representantes de coisa nenhuma. Posteriormente às três juntaram-se o Sr. irmão da Laurinha e sua digníssima namorada e ex-colega de escola da Sra. Potty, o Sr. Brejeiro, a Sra. Gláucia Anete e a Sra. sua amiga, e ainda o Sr. marido da Sra. Potty, Sr. Dudu.
Pelas três primeiras foi dito e, de comum acordo, foi assentado o seguinte:

1) Com data de hoje foi instituído o Bergamota's Day, com Estatuto a ser elaborado e lavrado em ofício de notas desta cidade, assinado pelos sócios fundadores e demais componentes.
2)Embora do Estatuto constarão todos os elementos necessários para reger a vida futura do evento, pareceu bem aos instituidores fixar, nesta Ata de Instituição, aclarações que possam contribuir para o melhor conhecimento dos objetivos da mesma, servindo como que referência da qual se utilizem no futuro os integrantes, já que doravante os destinos da mesma ficam entregues aos órgãos previstos no Estatuto com seus poderes devidamente fixados e que devem ser respeitados;
3) O Bergamota's day repetir-se-á a cada terça-feira, com início por volta das 19:00 (dezenove horas) e sem horário para terminar.
4) O local inicialmente fixado para o evento é o bar La Tosqueria, que oferece em seu cardápio a iguaria, embora eventualmente falhe na manutenção de seu estoque de bergamotas. Poderá, no entanto, ocorrer a troca de local desde que acordado entre os membros.
5) Poderão comparecer o Bergamota's Day os componentes regulares, que assinarão o estatuto, bem como as atas de reunião (referidos aqui por "membros"), e convidados pré-definidos e aprovados pelos membros que, juntamente com esses, constituem os "participantes".
6) O consumo de Bergamotas é obrigatório por, pelo menos, 80% da mesa, com margem de erro de 15%.
7) Poderá, ocasionalmente, ocorrer o consumo de outra bebida em substituição à Bergamota, sobretudo no caso de alteração do local das reuniões, caso o local substituto não ofereça o acepipe em seu cardápio.
8) Desde já, estabelece-se preferência ao Mojito, como substituto oficial da Bergamota, quando tal substituição se fizer necessária.
9) Para aclaração, fica registrado que, como Bergamota entende-se bebida constituída por: rum, bergamota, manjericão e gelo. A adição de açúcar ou adoçante é facultativa.
10) A pauta para as reuniões semanais deverá ser estabelecida ao longo da semana precedente via troca de e-mails, conversas virtuais via MSN, telefonemas e qualquer outra forma de comunicação que possa ocorrer entre os membros tais como reuniões sociais em outros estabelecimentos, visitas residenciais para fins de jogos, cinema, etc.
11) Fica desde já estabelecido que, na ausência do Sr. Ézio Fabrício, seu substituto oficial é o Sr. Brejeiro, apesar das particularidades e especificidades de cada um, e da aversão do primeiro às bergamotas.

Comprometemo-nos a criar o quanto antes o Estatuto que regerá o comportamento dos participantes durante as reuniões, a tomada de decisões e tudo o mais relativo ao Bergamota's Day.
Para maior clareza firmamos o presente,
__________________________________
Fêfa

__________________________________
Laurinha

__________________________________
Potty

Belo Horizonte, 24 de junho de 2008.

segunda-feira, junho 23, 2008

Vocês também têm essa sensação?

Às vezes dá uma preguiça danada, né? Parece que tá tudo igual e que nenhuma mudança substancial acontece. Eu me sinto assim algumas vezes.
Mas sabe o que faz diferença? O olhar da gente. É quando resolvemos procurar algo extraordinário, quando nos abrimos pro excepcional, que as coisas ficam melhores, mais coloridas e saborosas.

Muito "Pollyanna"?! Vou tentar outra abordagem então: trabalhe a sua visão subjetiva das coisas e escolha se sua vida vai ser flat ou absurdamente extraordinária. Coloque a mente pra trabalhar e páre de reclamar do mundo, que o que é mais ou menos fica melhor, e o que é ruim, pode continuar ruim, mas incomoda menos!

sábado, junho 21, 2008

Num sei. Só sei que foi assim...

Acabei ontem de ler "Uma breve história do mundo", de Geoffrey Blainey, um historiador australiano e professor de proeminentes universidades, como Harvard.
A tradução é bem ruinzinha, mas não o suficiente pra desencorajar a leitura. Apesar de ser uma visão superficial da história da humanidade, dado o limite de páginas - não passam das 350, vale muito pela possibilidade de entender como viemos parar aqui. O livro nos dá as pistas e nos mostra o caminho seguido pela raça humana até o início do século XXI.
É como se, na escola, me tivessem dado algumas peças de um quebra-cabeças e agora, finalmente, depois de anos juntando algumas dessas peças e intuindo outras, alguém tivesse me mostrado o modelo completo, na tampa da caixa. Foi só um vislumbre, mas serve pra eu saber o que tenho que montar e continuar tentando.
O autor segue a ordem cronológica dos fatos históricos, contando o que se passava em cada canto do globo numa determinada época, ligando os pontos e fornecendo uma visão em plano geral. Assim, também podemos entender como uma etapa levou à seguinte.
A visão global e isenta, diferente da segmentada e parcial que tive na escola, torna muito mais compreensível cada passo na evolução do mundo, já que encadeia suas etapas dando mais sentido e fluidez à História, bem como à história. Sim, é quase possível ler como um romance, um épico de uma espécie em evolução e suas pequenas e grandes conquistas. Mas o interesse sociológico, antropológico, filosófico e psicológico me impuseram um distanciamento e um olhar curioso, buscando o máximo de informação factual, pra ver se entendo um pouquinho como diabos chegamos ao ponto em que estamos.
Entendi muita coisa, me surpreendi com outras e me maravilhei com outras mais. Conclusão? Só de que somos finitos e ilimitados, inventivos e acomodados, aguerridos e resignados. Uma contradição só. Mas sempre surpreendentes e imprevisíveis.
A História causa júbilo, orgulho, desprezo, repulsa... Mas, sobretudo encantamento. Passamos de seres nômades que dependiam de um raio cair numa árvore e acender uma chama para ter calor e luz, a seres que conversam e vêm, em tempo real, um semelhante do outro lado do planeta. Ler esse percurso em pouco mais de trezentas páginas chega a assustar e tirar o fôlego.
Não há remédio. Sou imensamente apaixonada por pessoas e interessada em tudo o que lhes diz respeito.
Estamos num ponto sem volta? O mundo tem jeito? Agora é só ladeira abaixo ou atingimos o fundo do poço e estamos iniciado um escalada de recuperação? A cada dia, podemos pensar "It's the end of the world as we know it". Eu devo admitir "and I feel fine". Não importa. O que temos para trabalhar são nossos desejos, nossas capacidades e limitações, e a contingência. O que vai resultar disso, nossos netos lerão em algum livro de História.

segunda-feira, junho 16, 2008

CACI


Dia deveras agradável no Inhotim, no último sábado. Muito mais que um museu, o Centro de Arte Contemporânea do Inhotim reúne as belas paisagens criadas por Burle Marx num imenso jardim, onde se localizam modernas e interessantes construções que abrigam as galerias, restaurantes, lanchonetes, recepção. Ainda espalhadas pelos jardins, estão obras de vários artistas contemporâneos... esculturas, estátuas, instalações.
É um programa delicioso poder apreciar arte entre orquídeas, bromélias, palmeiras e lagos, sob o céu super azul do outono nas montanhas. O clima também ajudou muito, com uma temperatura amena e agradável, própria da estação.
É a segunda vez que visito o Inhotim, mas dessa vez acompanhada de Dudu, o que me rendeu muita informação e discussão acerca da arte contemporânea. Confesso que tenho um pouco de dificuldade com essa arte, pois sou muito presa à estética das obras. E também porque as informações previamente reunidas sobre estilos anteriores, ajudam a "ver" a arte. Já sobre a arte contemporânea tenho pouca informação e, também, acho que no caso desse estilo a informação não contribui tanto. Eu sei bem que não devemos buscar entendimento, mas também é preciso receber algo. Muitas vezes, a arte contemporânea não "conversava" comigo. As discussões de sábado me fizeram ser mais compreensiva e paciente, bem como entender melhor porque não me conecto tanto com o estilo.
As galerias são muito bem estruturadas, abrigando obras e instalações bem diferentes entre si. Tem pra variados gostos. Adorei os fuscas. Também curto muito a Galeria True Rouge. Mas não dá aqui pra comentar uma por uma. Tenho minhas preferidas. O acervo é muito grande e variado. E ainda não conseguimos visitar uma das galerias. Fica pra uma próxima visita. Com tempo reservado pra sentar num dos bancos feitos de enormes troncos de árvore, ou nas cadeiras à beira dos lagos. Outro espaço agradável é um deck cercado de árvores, cheio de orquídeas suspensas, com confortáveis cadeiras giratórias, perto da área do restaurante. É torcer pra ter que esperar vagar uma mesa, só pra ficar por ali um pouquinho.
É programa pra um dia inteiro, pois andar tudo aquilo leva tempo. E também é imperativo dedicar certo tempo a simplesmente sentar e apreciar. Dentro e fora das galerias.

sexta-feira, junho 13, 2008

Definitivamente, talvez


Fui dia desses assistir, meio por acaso, um filme chamado "Três vezes amor" (Definitely, maybe). Só fui por causa da falta de opções e por causa do horário. A primeira surpresa, foi não ter ouvido ou lido sobre o filme, que conta com um elenco relativamente conhecido, incluindo aí a protagonista do divertido "Pequena Miss Sunshine" e sua dança inspiradora. A segunda surpresa, foi a exibição estar restrita às salas mais "cult" de BH. E a terceira surpresa, foi a beleza do filme.
Podia ser só mais uma comédia romântica, mas passou a figurar entre meus preferidos da categoria, ao lado de "Escrito nas estrelas". Aliás, percebi algumas semelhanças entre os dois... como um amor que parecia predestinado e que resistiu ao tempo e a outros amores vividos por dois dos personagens, a busca por um livro em sebos...
O filme já me ganhou desde o início, com a argumentação sobre trilhas sonoras perfeitas para cada momento. Eu mesma aplico isso à minha vida. Tenho várias trilhas para vários momentos, que são escolhidas de acordo com algumas variáveis. Mas essa é outra discussão.
"Três vezes amor" tem uma história simples, poucos cenários, produção pequena e barata, mas tem uma mensagem, ou um certo número de mensagens que são singelas mas muito belas. Trata do amor não de uma forma épica, mas de uma forma plausível, que se encaixa perfeitamente e de forma convincente no cotidiano de personagens com gostos, rotinas e escolhas diversas. A emoção fica mais por conta da menina do que das histórias de amor, propriamente. Faz-nos questionar as relações amorosas banalizadas e convenientes tão comuns atualmente.
O filme recebeu duras críticas mas, para mim, uma atenta observadora das relações e do comportamento humanos, tem uma rara beleza e simplicidade nessa história que tem sido ignorada pela maioria dos frequentadores dos cinemas. Pelo menos aqui em BH.
Vale a pena ver com mente e coração abertos. As mensagens mais banais e óbvias, são às vezes as que mais precisam ser espalhadas, pela facilidade com que são esquecidas no nosso dia-a-dia, onde "um amor de verdade", baseado em emoções e projetos de vida tem sido preterido em detrimento de relações mais apropriadas às escolhas profissionais e outras praticidades. É a era da conveniência nas relações, assim como em qualquer outro campo da vida social. Como se as relações se equiparassem a qualquer outro elemento dessa vida.
Felizmente há quem tenha visão diferente. Pena nem sempre filmes assim receberem o devido crédito e serem considerados só mais uma comédia romântica. E podem facilmente sê-lo, dependendo dos olhos de quem vê.

quinta-feira, junho 12, 2008

Música para o dia dos namorados

Desculpem o visual meio Jack Johnson... mas é melhor que a visão da versão original. Ver o Robert Smith num dia que deve ser romântico é desanimador!

O que importa é a bela letra dessa "Love Song".


Obs: o vídeo postado não tá mais disponível. Não sei como substituí-lo, então aqui vai o link: http://www.youtube.com/watch?v=mZqEqypU4cs

quarta-feira, junho 11, 2008

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.

Definitivamente "Ensaio sobre a cegueira" é dos meus livros preferidos. Saramago é, pra mim, o melhor autor da atualidade. Portanto, aguardo com imensa ansiedade a versão cinematográfica desse romance intenso, aflitivo, causador de tanta emoção e tão cheio de boa filosofia.
Vai ser interessante ver aquelas palavras transformadas em imagens. Mais especificamente, nas imagens de um diretor que sabe capturar o olhar. Mesmo quem não é admirador do cinema nacional deve ter se rendido à força do seu "Cidade de Deus". Não digo que foi brilhante mas, seguramente é um filme que merece atenção.
Para setembro está prevista a estréia. Saramago aprovou. Pareceu emocionado após a exibição e se declarou muito feliz por ter visto o filme. Fernando Meirelles agradece. Bem melhor que o comentário de Gabo, depois de assistir "O amor nos tempos do cólera", de que teriam de fazer uma segunda parte com o que faltou.
Bem, de qualquer forma, o cinema tem o efeito de tornar mais conhecidas obras literárias. Tem, cada vez mais, um público maior e mais fiel que a literatura, mas pode serví-la. Que o diga J.K. Rowling!

terça-feira, junho 10, 2008

Manual para complicar um conto de fadas.

Fui sexta-feira passada, na estréia do "Sex and the city". Me desculpem as fãs ardorosas, mas o filme consegue ser mais chato que a série. Loooongo... achei que não ia acabar nunca mais! Cansativo e sem graça.
A série teve seus momentos divertidos e valia a pena por vários dos homens que por ela passaram. Também por situações inusitadas que as quatro enfrentavam. Mas era longe, muito longe, de ser aquilo tudo que falavam. Se aquelas quatro devem servir de exemplo para a "mulher moderna", eu tenho medo de onde o mundo vai parar.
Lamento dizer, mas elas são extremamente complexadas, reclamonas e mal amadas. A única que salva um pouco, é a Samanta. Mesmo assim com ressalvas.
Acompanhem meu raciocínio: quatro mulheres lindas, profissionalmente reconhecidas, vivem em Manhatan, têm ao menos três pessoas com quem contar em qualquer situação, frequentam os lugares mais badalados de Nova York, saem praticamente todos os dias, podem comprar Monolo Blanc, Jimmy Choo e outras grifes e, para sustentar tal estilo de vida, seguramente têm uma boa remuneração. Ainda assim, conseguem transformar a vida num drama e reclamar de tudo quanto é homem que aparece na vida delas. E não são homens quaisquer... estamos falando do Chris Noth, Baryshnikov, John Corbett...
A única que conseguiu ter um relacionamento bem sucedido foi a mais obsessiva e paranóica das quatro!
Me respondam mulheres: qual de vocês já teve a oportunidade de dizer a uma amiga - Conheci um artista plástico francês e ele me convidou pra ir morar em Paris.
Ou estava andando pela rua quando uma limosine parou do seu lado e um homem impossivelmente charmoso ofereceu galantemente uma carona?
Essa Carrie é uma chata dramática. Sinto muito.

sexta-feira, junho 06, 2008

Hello!... Hi, hi, hi!

Tô num momento super R.E.M. Essa aí é uma das favoritas.
Michael Stipe tá meio Ney Matogrosso nesse vídeo, eu sei. Essa magreleza, essa dancinha desengonçada... mas eu pegava!

domingo, maio 25, 2008

Tempo bom.

Não é frequente a sensação de tempo livre bem aproveitado. Pelo menos não para mim.
Muitas vezes acho que desperdicei muito tempo em casa, sem fazer nada. Não é que eu pense que devemos estar em ação todo o tempo, ao contrário - sou super a favor de ficar de pernas pro ar. Mas é que adoro estar lá fora, no mundo, vendo coisas, vendo pessoas, vendo novidades.
Nesse fim de feriado prolongado, estou bem satisfeita com minhas atividades.
Ainda na quarta, pude ir à pista de vôo livre, na Serra da Moeda, local conhecido como Topo do Mundo, ver o belíssimo pôr-do-sol. Aquele mar de montanhas, o céu tranquilo, poucas e diáfanas nuvens (Gabo ficaria orgulhoso de mim: finalmente consegui usar "diáfano" numa frase)... um espetáculo que merece ser apreciado ainda muitas vezes.
À noite, fui à pré-estréia do Indiana Jones. SENSACIONAL! Harrison still got it! O filme dá a mesma sensação dos anteriores, nos idos dos anos 80 e 90. Muita diversão para os fãs do Professor Jones. Pena a leseira dos espectadores. Tem gente que vai ao cinema sem nem saber o que tá acontecendo. Uma fofa se sentou ao meu lado com seu namorado, marido, companheiro ou sei lá o que. Devia ter seus 40 e muitos anos, quase 50. Ao aparecer a logo da "Lucasfilm" ela indagou - Lucasfilm... será do George Lucas?!
Dá pra ser mais desavisada?! Ela vai ver Indiana Jones, um dos maiores sucessos da dupla Lucas/Spielberg e se surpreende com o que, na cabeça dela, é uma possibilidade de conexão entre o filme e SEU ESCRITOR E PRODUTOR.
Também são irritantes as reações aos absurdos de Indiana. Como alguém vai assistir a um filme do gênero e exclama coisas como "Ai... vê se é possível uma coisa dessas!...".
Não, infeliz, não é possível. Se quer ver realidade, vai ver um documentário! Isso aqui é uma obra FICCIONAL de AVENTURA.
Apesar dessas pequenas chateações, e da fila própria em pré-estréias, valeu muito a pena. A música ainda provoca a mesma sensação em mim dos três filmes anteriores, vistos na minha infância e pré-adolescência.
O final de semana ainda teve o "Homem de ferro", que também é bem legal. Acho que devia ter mais ação. Exageraram na historinha, que acabou ficando com jeito de enrolação em alguns momentos. Mas Robert Downey Jr. tá muito bom no papel, e a roupa vermelhinha é MUITO bacana. E podia ter mais do rife do Black Sabbath, que tem só uma entrada bem fraquinha no fim do filme.
Estive ainda na Bienal do Livro. Não estava grande coisa. O Salão do Livro, que acontece anualmente na Serraria Souza Pinto é bem melhor. Mas enfim, são montes e montes de livro. Então, eu fico feliz de qualquer jeito. E ainda adquiri um livro bem legal de poesias, escrito e ilustrado pelo Tim Burton. Foi uma ótima descoberta! Claro que devorei no mesmo dia.
Finalmente, o domingo teve um GP de resultados no máximo regulares, mas de muita emoção. Em geral, não gosto muito das corridas em Mônaco, entretanto, não consegui tirar o olho da tela. Pro campeonato foi legal, já que Massa colou em Kimi e a diferença pro Hamilton ficou pequena, fácil pra Ferrari reverter.
O almoço foi num Indiano muuuito legal, que fica no consulado da Índia, que é também o Centro Cultural Índia-Brasil. Um ambiente muito agradável, um cardápio cheio de coisas tentadoras, uma comida deliciosa e, no telão, divertidíssimos clipes indianos. Quero muito voltar lá numa noite dessas, pra experimentar os drinques. Pra quem mora em BH, fica a dica: Maharaj. Merece a visita.
E agora, meu Glorioso enfrenta o homônimo paranaense. Está ainda no intervalo mas, com o time que tem meu Galo, não espero lá grandes coisas. Independente do que acontecer, o saldo dos últimos dias já é muito positivo.
Tempo bem aproveitado, PP contente.

segunda-feira, maio 19, 2008

Candidata a liderar meu top10 da década

MUITO boa essa música! Tô pensando em já fazer meu top10 da primeira década do século XXI... essa aí é, seguramente, fortíssima candidata. A disputa entre ela e Severed Hand vai ser acirrada.

domingo, maio 11, 2008

Que chicote que nada! Poder mesmo tem a bota...


Num sábado desses, preparávamos um almoço em família, quando mami e eu, de passagem pela sala de tv, vimos a chamada de uma reportagem sobre a volta das botas de plástico, aquelas conhecidas como "sete léguas". No momento da reportagem, meu pai estava na sala. Outros familiares leram ou viram algo sobre o mesmo assunto. Todos lembraram de mim e disseram: - Vou comprar uma vermelha pra você!
Por que? Porque quando eu tinha 4 anos, meu sapato preferido era uma sete léguas vermelha. Chuva ou sol, frio ou calor, lá estava eu, com minha sete léguas vermelha. Tinha as canelas mais finas que uma criança pode ter. Minha perna ficava ali no meio, sambando naquele cano super largo. O pé suava feito tampa de chaleira ali dentro, e quando chovia, entrava água até transbordar. Era um chulé desgraçado. Mas eu nem ligava. Ia com minha sete léguas vermelha pra todo lugar.
Acho que nunca expliquei pra ninguém o motivo. Então, aqui vai: era super fã da Mulher Maravilha. Sempre que podia, meu outfit era a fantasia que eu havia ganhado. Mas a bota que vinha com a roupa era feia e frágil, não me parecia digna de uma super-heroína que tinha que salvar o mundo e protagonizar diversas aventuras. A sete léguas vermelha, portanto, me parecia muito mais apropriada - resistente, maior e MUITO mais bonita.
Cheguei a ir algumas vezes pra escola, vestida de Mulher Maravilha. Já que tinha de usar uniforme, pelo menos que fosse um mais digno do que aquele shortinho xadrez ridículo, né?
Mas, como não podia usar minha fantasia em todas as ocasiões, pelo menos de uma parte dela eu não abria mão de jeito nenhum: a bota! Ela acompanhava qualquer roupa. É como se os superpoderes estivessem nela...
Acho que hoje eu não curtiria tanto usar uma sete léguas vermelha. A menos que me dessem também uma roupa da Mulher Maravilha!

quarta-feira, maio 07, 2008

Putaquiupariu, olha essa bateria!!!

A bateria do Rush sempre me impressionou. Desde os tempos da adolescência, quando a banda era uma das que eu mais escutava, junto com o Cult.
Tá... jeca pacas! Tem solinhos estridentes, tem gritinhos, tem vocal meio rock progressivo dos anos 70/meio metal, tem tecladinhos. Mas, admite, você também acha bom pacas! Quem cuja adolescência transcorreu durante os anos 80/90 não curtiu Rush?
Eu curti muito. Desde os tempos da fita k7.
Essa música aí do vídeo sempre foi uma das minhas preferidas e é, definitivamente, minha trilha nos últimos dias.
O multi-task Geddy Lee tá praticamente um Ozzy, né?
E reparem na pinta "na verdade sou estivador e tô aqui só fazendo um bico de baterista, sem nenhum esforço" do Neil Peart.
Do ca#*"@§...

Duplo vexame atleticano


Com muito mérito venceram Palmeiras e Flamengo, seus campeonatos estaduais. Dois times com os quais não me simpatizo, mas que devo reconhecer - galgaram sua vitória com competência. E venceram, nas finais, dois times que chegaram até ali no susto, sem um trabalho bem feito. Não sei se desmerecidamente, pois é difícil falar de merecimento em futebol, onde há tanta emoção envolvida.
O meu Galo, seguramente, não teria merecido o título. As finais foram um retrato do que é o time hoje: um amontoado de jovens com moderado talento, nenhuma experiência e zero de controle, mais um bando de velhos jogadores que passaram da hora de aposentar. E, vale mencionar, mencionar um técnico incompetente, volúvel e antipático.
O Glorioso devia ter se contentado com o segundo lugar que, na atual situação, é mais do que se poderia esperar. Podia ter jogado honrosamente pra evitar vexame e receber a taça de vice de modo limpo. Mas não, tinha que envergonhar os muito milhares de torcedores que compareceram ao primeiro jogo com um 5 a 0 diante do maior rival e, não satisfeito, o elenco se mostrou completamente descompensado no segundo jogo. É claro, que a torcida adversário provocou e, infelizmente, o time adversário também entrou no clima e achou que ganhar no placar era pouco. Sim, é de uma pobreza de espírito sem tamanho a atitude dos jogadores cruzeirenses. Mas isso é frequente no clássico mineiro e, se um time não tem qualidade técnica pra vencer, devia ao menos ter controle emocional pra não fazer tão feio. Se não aguenta, bebe leite!
Mas não foi só o meu Atlético que deu vexame. O que aconteceu após a final do paranaense foi talvez mais patético do que aconteceu aqui, porque partiu de dirigentes. Não permitir a cerimônia de entrega de troféus e medalhas é uma baita demonstração de pequenez da alma também. Ah, vá... pra evitar violência?! Como diriam uns curitibanos amigos meus: vai mentir pros presos, seu Petraglia!
Ali, o resultado final não foi um retrado do que aconteceu no campeonato. É bem verdade que o Atlético foi superior ao Coritiba e merecia a taça. Mas futebol não se trata só de justiça lógica e racional. Trata-se também de emoção, de enfrentar o rival em grandes finais, de às vezes perder aquele único jogo que não se poderia perder e ter de ver a comemoração do pior inimigo dentro de sua casa. Deal with it! Feio e vergonhoso.

E hoje sou Boca desde menininha. Dale, dale, dale Boca!!!

segunda-feira, abril 28, 2008

A trilha do fim de semana. Astree tá até cansada.

Prá cantar junto:

Sin tu fuego se apaga mi vida
desde que cuando no está.
Soy madera que ya no se enciende,
si me falta tu mirar...

Soy ceniza que nadie recoje,
soy un llanto más...
Y en la noche larga
mi grito de ayuda quizá escucharás...!

Dame el fuego, dame dame el fuego!
Dame el fuego, dame dame el fuego!
Dame el fuego de tu amor!

Soy un viento que no tiene rumbo...
que no sabe adónde va.
Soy gemido de un amor profundo
que por ti muriendo va...

Soy ceniza que nadie recoje,
soy un llanto más...
Y en la noche larga
mi grito de ayuda quizá escucharás...!

Dame el fuego, dame dame el fuego!
Dame el fuego, dame dame el fuego!
Dame el fuego de tu amor!

sábado, abril 26, 2008

Pepe Le Pew e seus poderes de camuflagem



Já contei o caso do Pitoco aqui? Acho que não...
Como alguns de vocês sabem, trabalhei durante um ano no setor de Toxicologia do João XXII, o maior PS aqui de BH, como acadêmica do curso de pós-graduação em Clínica Psicanalítica.
Ali acabei participando da rotina da equipe de plantonistas, residentes e acadêmicos da Tóxico, como era conhecido o setor. Tal equipe tinha como tradição, registrar num caderno de atas, denominado "Toxibook", todos os casos divertidos que chegavam nos plantões. E, acreditem, eram muitos! No meio de tanta tragédia, tantas tentativas de auto-extermínio, tanta desgraça, havia também muito humor. As coisas ruins eram obrigatoriamente registradas nos prontuários, as estatísticas nos relatórios, e os casos que rendiam boas risadas e tornavam o trabalho um pouco mais leve, no Toxibook.
E foi nele que li o caso que relato a vocês. Um dos muitos que li ali e não consigo esquecer. Não me lembro o plantonista que atendeu a paciente e o relatou no Toxibook. Aliás, deveriam criar um blog só com os casos do Toxibook.
Mas, aí vai o caso:
Toca o telefone na sala da Tóxico. Para o estranhamento geral da equipe, a enfermeira avisa que chegou um caso de mordida de gambá - um animal em geral pouco agressivo.
O plantonista se dirige ao ambulatório para atender a vítima do surpreendente e raro acontecimento.
Enquanto examina a área afetada, colhe os dados com a paciente, perguntando sobre como se deu o ataque. E ela conta a história: - Eu estava varrendo a casa, quando vi o Pitoco, meu gato, deitado no chão. Falei pra ele "sai daí, Pitoco, tenho que varrer o chão". O Pitoco nem se mexeu. Continuei varrendo e fui chegando cada vez mais perto do Pitoco, que nem se movia. Quando cheguei lá, me abaixei pra tirar o Pitoco e ele me mordeu. Foi quando vi que era um gambá que tava disfarçado de Pitoco.

Praticamente a Mystique, esse gambá. Fantástico!


quinta-feira, abril 24, 2008

O carro preto e suas histórias

Se chama Astree, a fofa que conversa comigo no meu carro.
Sim, tem uma fofa que conversa comigo no meu carro. Ela me diz pra pronunciar um comando, mas raramente entende o que digo. Sempre confirma, como quem diz "é isso mesmo que você quer fazer?". Não bota muita fé em minhas escolhas, eu acho. Eu digo - chamar Dudu. E Astree retruca - Dudu. Chamar? - E quando eu digo "sim", ela desliga na minha cara e bota a música de volta. Tentei dizer "siiiiiiiim". Não adiantou. Então tentei uma abordagem mais Golum, e disse "sssssssim". Astree entendeu e obedeceu.
Desde que a batizei, ela tem sido menos geniosa e tem obedecido mais. Estamos nos entendendo. Acho que Astree é católica e temia o limbo.
Escolhi esse nome quando Ézio contou que assim se chamava uma médica que o atendeu em Angola, numa das 284 em que ele teve malária. O nome completo é Astree lu Mulu de Bandilah. Ela achou o nome Ézio Fabrício muito estranho, parecido com nome de peça de helicóptero.
A Astree que mora no meu carro acumula as funções de telefonista, dj, opera o computador de bordo, lê minhas mensagens. Entendo que fica muito aterefada e às vezes se confunde. Quando gosta de uma música, Astree a repete várias vezes durante o dia. Tem um sotaque muito diferente, que não consigo identificar. É incapaz de reconhecer sinais gráficos (acentos, trema, til...) e acaba falando de uma maneira bem peculiar.
Mora no carro e não tem convívio social. Deve ser isso.
Ah... por todo negro, se llama Diego de la Vega, el coche. Por supesto!
Don Diego, para vosotros.
Polly Parker preteriu o Polo prata por um Punto preto.
...
...
...
Call me P.

quarta-feira, abril 23, 2008

Bodas de Pão de Açúcar


E já faz três anos que dissemos "sim" para Padre Celito. Foi um dia muito feliz, com muitos amigos queridos e com tudo o que se poderia esperar do casamento entre duas pessoas, digamos, especiais, hehehe. Teve Ézio tentando me matar com cogumelos, teve Goiano e Lúcio mal humorados de ciúmes do Dudu, teve amigos de São Carlos falando coisas que só eles entendem, teve até um padre que nem é padre... é casado e tem filhos!
Não podia ser diferente. E não podíamos ter melhores lembranças de um dia tão importante.
Dizem que o melhor dia na vida de uma pessoa é o dia em que nasce um filho. Vamos ver... até hoje, 23 d eabril de 2005 é imbatível.
E fomos comemorar no Rio no último fim de semana. Rio que merece o título de Cidade Maravilhosa (por mais clichê que isso seja). A vista do alto do Pão de Açúcar é de tirar o fôlego. Ipanema é deliciosa. Dá vontade de voltar sempre. Dá vontade até de morar.
Foi uma ótima comemoração. Com road trip, com correria pra chegar no teatro e trocando de roupa nas curvas de Petrópolis, acordando em Ipanema, passeio super turístico de bondinho e, claro, Outback.
Além de nossas bodas, comemora-se no dia 23 de abril, o dia de São Jorge. Na Cataluña, onde é padroeiro, Sant Jordi. É como um dia dos namorados, por causa da lenda de São Jorge, em seu cavalo branco, salvando a princesa de ser devorada pelo dragão. Ali também se comemora o dia do livro, por coincidir com a morte de Cervantes. Criaram-se, então, duas tradições: os homens oferecem rosas vermelhas às mulheres, em homenagem ao santo e seu ato romântico, e as mulheres oferecem aos homens um livro, em honra ao maior escritor espanhol.
Vejam então que interessante: bodas e de Potty e Dudu, dia da rosa e do livro. E viva Jorge da Capadócia! :)

Não haveria melhor dia para comemorar...

Porque é ele. Porque sou eu.