sábado, junho 21, 2008

Num sei. Só sei que foi assim...

Acabei ontem de ler "Uma breve história do mundo", de Geoffrey Blainey, um historiador australiano e professor de proeminentes universidades, como Harvard.
A tradução é bem ruinzinha, mas não o suficiente pra desencorajar a leitura. Apesar de ser uma visão superficial da história da humanidade, dado o limite de páginas - não passam das 350, vale muito pela possibilidade de entender como viemos parar aqui. O livro nos dá as pistas e nos mostra o caminho seguido pela raça humana até o início do século XXI.
É como se, na escola, me tivessem dado algumas peças de um quebra-cabeças e agora, finalmente, depois de anos juntando algumas dessas peças e intuindo outras, alguém tivesse me mostrado o modelo completo, na tampa da caixa. Foi só um vislumbre, mas serve pra eu saber o que tenho que montar e continuar tentando.
O autor segue a ordem cronológica dos fatos históricos, contando o que se passava em cada canto do globo numa determinada época, ligando os pontos e fornecendo uma visão em plano geral. Assim, também podemos entender como uma etapa levou à seguinte.
A visão global e isenta, diferente da segmentada e parcial que tive na escola, torna muito mais compreensível cada passo na evolução do mundo, já que encadeia suas etapas dando mais sentido e fluidez à História, bem como à história. Sim, é quase possível ler como um romance, um épico de uma espécie em evolução e suas pequenas e grandes conquistas. Mas o interesse sociológico, antropológico, filosófico e psicológico me impuseram um distanciamento e um olhar curioso, buscando o máximo de informação factual, pra ver se entendo um pouquinho como diabos chegamos ao ponto em que estamos.
Entendi muita coisa, me surpreendi com outras e me maravilhei com outras mais. Conclusão? Só de que somos finitos e ilimitados, inventivos e acomodados, aguerridos e resignados. Uma contradição só. Mas sempre surpreendentes e imprevisíveis.
A História causa júbilo, orgulho, desprezo, repulsa... Mas, sobretudo encantamento. Passamos de seres nômades que dependiam de um raio cair numa árvore e acender uma chama para ter calor e luz, a seres que conversam e vêm, em tempo real, um semelhante do outro lado do planeta. Ler esse percurso em pouco mais de trezentas páginas chega a assustar e tirar o fôlego.
Não há remédio. Sou imensamente apaixonada por pessoas e interessada em tudo o que lhes diz respeito.
Estamos num ponto sem volta? O mundo tem jeito? Agora é só ladeira abaixo ou atingimos o fundo do poço e estamos iniciado um escalada de recuperação? A cada dia, podemos pensar "It's the end of the world as we know it". Eu devo admitir "and I feel fine". Não importa. O que temos para trabalhar são nossos desejos, nossas capacidades e limitações, e a contingência. O que vai resultar disso, nossos netos lerão em algum livro de História.

4 comentários:

Hildo Jr. disse...

Holla PP!

First things first:
Intrigante sua relacao com seu passado! hehehe, enquanto eu lia esse seu post de agora, antes de respnder o seu comentário lá no meu post, achei que o meu passado é justamente aquele monte de peças do meu quebra-cabeça, que eu achava que entendia na hora, mas só agora consigo ver a big picture da capa do brinquedo. Meu passado é fonte constante de releitura e de estudo, no meu caso, especialmente como motivo de chacota! Hehehe, mas acho que, de certa forma, tenho mais é orgulho de ver o quanto mudei. Me sinto bem melhor quando lembro do quao raso já fui em tantas coisas... e reler essas coisas postadas há anos nunca me trazem melancolia, trazem auto-confiança e desprendimento... e especialmente desapego, o que tenho buscado muito atualmente.
Coloquei no blog por isso... e tbem porque, se algum leitor tiver curiosidade em saber meu background, vai entender melhor o que penso e por que penso assim. Se for contraditório, baah, tanto quanto melhor! hehe!

Agora, sobre o livro... comecei a ler e tive que parar por conta de meus olhos debilitados! Odeio essa minha condiçao, mas atualmente nem fico mais reclamando... quando dá pau, sento umas semanas só ouvindo música e espero. Já stou melhor agora e estou oficialmente retomando a leitura. Muito boa! E tenho certeza de que vai ser melhor ainda agora, após seu insight.
Acho que a sensacao de unir os pontinhos que vc indica eu já tava sentindo tbem, especialmente com atencao às minhas andancas atuais pelo mundo. Fica ainda mais clara a imagem do quebra-cabeça quando vc já esteve no local da foto, eu acho...
Nao sei como dizer de outra forma, mas eu sinto que compreender o mundo (até os limites que me cabem, obviamente) é a minha tarefa mais importante nessa fase. E assim caminhamos, né?

Gostei de ver como foi pra vc... Acho que vai ser bem parecido comigo...

beijos!

Hildo Jr. disse...

ah, só mais uma coisa:
compartilho apenas em parte sua fascinaçao por PESSOAS. Acho que meu interesse nelas é indireto, como resultado social do que elas produzem, e nao com foco no individuo. Dá pra entender isso? hahuahuahua!

Mas isso só na perspectiva histórica. No "one on one" é diferente... cada relacao pessoal que tenho hoje é fonte de infinita fasicnacao com o descobrimento da personalidade e o convivio com AQUELE individuo, independente de tudo.

Acho que olho o mundo com lentes bifocais: de perto pra pra quem tá perto, mas beeeeeem de longe pro genérico.

Anônimo disse...

Pois eu só adquiri pra ganhar de todo mundo no Master, pronto, falei!!!
Contudo, folgo em saber que o referido livro trouxe tantas reflexões, tudo bem que super estranhas, mas se não fossem, com certeza haveria um capítulo, lá no finalzinho, tratando da invasão dos seres extraterrestres... e, vocês, já teriam sido abduzidos com certeza.
Beijosss da pessoa que estuda os eventos da humanidade com atenção peculiar e é integrante do Universe in Disenchantment. (we are not alone)
Fefê

Anonymous disse...

Pois eu só adquiri pra ganhar de todo mundo no Master, pronto, falei!!!
Contudo, folgo em saber que o referido livro trouxe tantas reflexões, tudo bem que super estranhas, mas se não fossem, com certeza haveria um capítulo, lá no finalzinho, tratando da invasão dos seres extraterrestres... e, vocês, já teriam sido abduzidos com certeza.
Beijosss da pessoa que estuda os eventos da humanidade com atenção peculiar e é integrante do Universe in Disenchantment. (we are not alone)
Fefê