sábado, abril 26, 2008

Pepe Le Pew e seus poderes de camuflagem



Já contei o caso do Pitoco aqui? Acho que não...
Como alguns de vocês sabem, trabalhei durante um ano no setor de Toxicologia do João XXII, o maior PS aqui de BH, como acadêmica do curso de pós-graduação em Clínica Psicanalítica.
Ali acabei participando da rotina da equipe de plantonistas, residentes e acadêmicos da Tóxico, como era conhecido o setor. Tal equipe tinha como tradição, registrar num caderno de atas, denominado "Toxibook", todos os casos divertidos que chegavam nos plantões. E, acreditem, eram muitos! No meio de tanta tragédia, tantas tentativas de auto-extermínio, tanta desgraça, havia também muito humor. As coisas ruins eram obrigatoriamente registradas nos prontuários, as estatísticas nos relatórios, e os casos que rendiam boas risadas e tornavam o trabalho um pouco mais leve, no Toxibook.
E foi nele que li o caso que relato a vocês. Um dos muitos que li ali e não consigo esquecer. Não me lembro o plantonista que atendeu a paciente e o relatou no Toxibook. Aliás, deveriam criar um blog só com os casos do Toxibook.
Mas, aí vai o caso:
Toca o telefone na sala da Tóxico. Para o estranhamento geral da equipe, a enfermeira avisa que chegou um caso de mordida de gambá - um animal em geral pouco agressivo.
O plantonista se dirige ao ambulatório para atender a vítima do surpreendente e raro acontecimento.
Enquanto examina a área afetada, colhe os dados com a paciente, perguntando sobre como se deu o ataque. E ela conta a história: - Eu estava varrendo a casa, quando vi o Pitoco, meu gato, deitado no chão. Falei pra ele "sai daí, Pitoco, tenho que varrer o chão". O Pitoco nem se mexeu. Continuei varrendo e fui chegando cada vez mais perto do Pitoco, que nem se movia. Quando cheguei lá, me abaixei pra tirar o Pitoco e ele me mordeu. Foi quando vi que era um gambá que tava disfarçado de Pitoco.

Praticamente a Mystique, esse gambá. Fantástico!


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