terça-feira, fevereiro 01, 2011

Massive Attack - The concert



Até hoje não havia postado sobre o show do Massive Attack, que ocorreu em novembro último. Queria falar dele com distanciamento, sem aquela empolgação pós-show que obnubila o julgamento. Havia feito uma imersão na obra da dupla no período anterior ao show, depois de muito tempo sem ouvi-los, e estava sob forte influência do som e das letras à época.
Hoje, pensando em perspectiva, tendo já ouvido muitas outras coisas novas e velhas, posso afirmar que minhas impressões são exatamente as mesmas do dia seguinte ao show. E são todas muito boas.
O Massive Attack é uma dupla inglesa com uma grande entourage de músicos e cantores. Todos excelentes e muito sintonizados entre si e com a dupla. Parece uma banda veterana, com anos de carreira conjunta. A qualidade das músicas não me surpreendeu, pois já as conhecia. Mas a performance, sim, surpreendeu de forma muito positiva.
Começou tranquila, com uma alternância entre músicas antigas e do álbum recém lançado, com um belo painel de led ao fundo do palco. Um show que poderia ser assistido sentado, apreciando o som e o visual simples. Muito diferente de um show de rock. O som é cheio, toma conta do lugar, prevalece o grave, os cantores não são mensageiro de nada, a voz é mais um instrumento. E todos os sons são complementares, formando uma unidade impossível numa música de rock, em que podemos gostar muito do solo da guitarra, mas sequer perceber o baixo, por exemplo.
Pela metade do show, ele começa a ficar mais empolgante e estimulante, a guitarra ganha muito espaço no palco e as luzes ficam alucinantes. O painel de led vira uma atração em si, vira protagonista do qual é impossível tirar os olhos. O show todo ganha um ar onírico. A versão ao vivo de cada música é muito, muito mais pujante do que a versão de estúdio. O show torna-se, então, uma experiência só possível ali, diante do palco. Pois a música não é a que você escuta no disco, o visual hipnotiza e transmite mensagens que levam o público a sorrir, a gritar, a sentir um nó na garganta ou um soco no estômago. Enquanto dança e canta, todo mundo lê atentamente o que aparece no painel, em português - interação calculada e garantida.
Uma obra completa, uma experiência áudio-visual, não uma reprodução das faixas dos álbuns. Um dos melhores shows a que já fui, e um dos poucos que é tudo o que um show - de música em geral, não de rock - deve ser.

Essa música do vídeo aí acima - Safe from harm - é uma das que ganha uma versão ao vivo muito mais interessante. Eu adoro essa letra. Adoro a passionalidade e parcialidade, e o tom levemente belicoso, hehehe.

But if you hurt what's mine
I'll sure as hell retaliate

You can free the world you can free my mind
Just as long as my baby's safe from harm tonight


2 comentários:

Hildo Jr. disse...

Ah, mas muito concordo com isso aê!!! hehe
Realmente, esse é um show que merece ser chamado "espetáculo"! É de bom-gosto, bem produzido, com imensa qualidade técnica em todos os detalhes... A escolha do set é ótima, os frontmen são carismáticos e o resto da banda vai de misteriosa a impressionante: tem pra todo gosto!
Uma grata surpresa, e olha que vale em tão alta conta mesmo para quem não é fã. No meu caso, confesso conhecer pouco demais pra ter gostado se não fosse realmente um ótimo espetáculo!

Pollyanna Xavier disse...

No seu caso, o show seria espetáculo independentemente de tamanha qualidade e de seus conhecimentos prévios da obra da dupla, uma vez que a companhia era sen-sa-cio-nal. Rá!
Eu nem mencionei essa parte, senão só seria comparável ao Police em Amsterdã, certo? ;)