quarta-feira, maio 10, 2006

Mais uma vez, José.

Sem dramas ou lágrimas desnecessárias. Mas inevitável pensar no tema. Hj morreu um "quase avô" meu. Seu Euclides... ou "vovôrine", como o chamávamos. Divertiu-se, curtiu a vida e foi-se sem muitos alardes, sem muitos sofrimentos, sem anúncios e prenúncios. Foi-se.

É assim a morte. Nunca se anuncia, não é, Gabo? E se resolve fazê-lo, encontra quem se recuse a receber sua carta, não é, José? Ainda bem q/ é assim. Esperar a morte com data, dia e hora seria insuportável. As despedidas nunca são suficientes. A gente nunca acha q/ viveu o bastante ou q/ já tivemos suficiente companhia daquele q/ amamos. Não sabemos deixar partir.

Sentiremos falta de um dos mais simpáticos "velhos maconheiros" q/ já existiu. Eu e muita gente, a considerar a quantidade de filhos, netos, amigos q/ ontem estavam no hospital. E nunca esqueceremos suas histórias, das quais rimos muito.

Nem toda a filosofia do mundo é capaz de pensar totalmente a morte. Mas os consolos baratos q/ ouvimos por aí... os psicologismos de revistas, tb têm seus acertos. Nos cansamos de ouvir "curta sua vida", "aproveite quem vc ama", "a vida é curta", "o q/ se foi, não se recupera"... e não há argumento científico contra essa sabedoria popular. Fico feliz por cada churrasco, cada viagem, cada almoço, cada discussão por causa do seu cruzeiro, cada natal em q/ desfrutei da companhia do "vovôrine". Espero q/ haja tb, muitas pessoas q/ contem das boas lembranças comigo, qd eu me for. Não é esse afinal, o sentido de tudo? Viver de verdade, a ponto de deixar e levar saudade, cada um dos poucos minutos por aqui?

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