domingo, setembro 19, 2010

Eu não queimei sutiã nenhum!

Tenho um grupo de amigas de muitos e muitos anos, com as quais tenho encontrado pouco. De tempos em tempos promovemos encontros para matar as saudades e colocarmos os assuntos e novidades em dia. Recentemente foi aniversário de uma delas e nos encontramos. Não foi muito diferente do que normalmente é: reclamações sobre os maridos, as novidades das crianças, alguns relacionamentos recém terminados com solteiras desiludidas pela falta de homens - principalmente homens interessantes, combinações para sair que nunca são levadas a cabo, mais reclamações...
Às vezes eu fico até sem graça, pensando em algo para reclamar... O máximo que consigo é dizer que estou cansada, estudando demais, que a prova é muito difícil e concorrida. Não é que eu não tenha problemas, mas eu lido com eles. Simples assim. Se falar das pequenas coisas que me irritam no dia a dia, seguramente terei novidades a cada encontro. Porque, ao contrário da maioria delas, tento superar as dificuldades e melhorar o que tá ruim. Os problemas então mudam. Assim, não vou obrigá-las a ouvir as mesmas reclamações repetidas da próxima vez, como elas fazem comigo.
No último encontro, a pauta principal foi que os homens são mimados, folgados, querem que façamos tudo... aquela velha história: acredita que ele queria que eu arrumasse  a mala dele? É problema meu se ele não experimentou o terno antes? O filho é só meu por acaso?
As mulheres lutam há muito pela igualdade entre os gêneros. Eu, sinceramente, torço pra que tal igualdade nunca seja alcançada. Meu lema é: viva a diferença!
Eu acho isso muito engraçado... Acham ruim se o cara pede ajuda pra arrumar a mala, mas ai dele se não abrir a porta, puxar a cadeira, for lindo, malhado, capaz de fazer sexo por 3 horas ininterruptas, profissionalmente bem sucedido, disposto a ouvir as queixas e compreendê-las, aguentar uma TPM estoicamente... Ah! E sempre ter um chocolate a mão, claro!
Ajudar com a mala ou o terno não pode ser simplesmente um gesto de cuidado e carinho? Por que é tão ofensivo e em que diminui o valor da mulher? Por que essa necessidade de rechaçar tudo o que é associado ao que era considerado exclusivamente feminino?
É estranho que as mulheres queiram tanto ser mais como os homens e, ao mesmo tempo, queiram que os homens continuem homens. Quem vai desempanhar o feminino no mundo?
Igualdade de acessos e direitos, tudo bem. Que não haja obrigações tipicamente de mulheres e tipicamente de homens, tudo bem. Mas eu quero continuar sendo mulherzinha. Não sou obrigada a lavar roupas, arrumar as malas do meu marido ou cuidar da louça, da casa e das crianças sozinha. Mas se tiver que fazer alguma dessas coisas, qual o problema? Muitas reclamam se o cara não quer lavar a louça, mas duvido que alguma delas troque a lâmpada ou a resistência do chuveiro se houver um homem por perto!
Nem Vênus, nem Marte. A confusão está na cabeça das pessoas. Não são papéis ou funções que definem um homem e uma mulher. O dia em que as super mulheres modernas que tudo podem e tudo querem entenderem isso, arrumar uma mala não vai ser um grande drama e a vida vai ficar bem melhor. Isso porque, com o senso de organização feminino, a mala vai ficar pronta muito mais rápido e de maneira muito mais eficiente. O homem vai ter mais tempo e energia pra desenvolver outras atividades... além de estar grato pela ajuda e atenção dispensada. If you know what I mean...

Um comentário:

Rafael disse...

saudações, nobre amiga!
obrigado pelas "palavras"!na próxima vez, vou visitar o George!
ah! outra coisa...sobre as lamentações femininas e os sutiãs queimados: se o problema for "arrumar a mala", diga que vc tem um amigo especialista nisso!
bjão!